Economia

MPEs geram 65% dos empregos de Minas Gerais nos cinco primeiros meses de 2024

Levantamento do Sebrae mostra que o saldo de empregos gerados por esse tipo de negócio foi de 85 mil novas vagas
Atualizado em 11 de julho de 2024 • 18:44
MPEs geram 65% dos empregos de Minas Gerais nos cinco primeiros meses de 2024
Crédito: Divulgação / Ministério do Trabalho e Emprego

O saldo de empregos gerado pelas micro e pequenas empresas (MPEs) em Minas Gerais, nos cinco primeiros meses de 2024, chegou a 85 mil novas vagas. Isso representa 64,9% do saldo total do Estado no período, conforme levantamento do Sebrae Minas, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O número resulta da diferença entre 740,8 mil admissões e 655,7 mil desligamentos registrados no ano.

O resultado representa uma queda de 2,12% em comparação com o mesmo período do ano passado. O restante da criação de novos postos trabalho do Estado, 35,1%, ficou a cargo das empresas de médio e grande portes, que registraram saldo de 45,9 mil novas vagas.

O economista e analista de dados do Sebrae Minas, Marcílio Duarte, afirma que o cenário é um ajuste do setor na geração de empregos, consequência da dinâmica da taxa de juros (Selic) operada pelo Banco Central (BC), que aqueceu a economia no primeiro trimestre, ao ponto que desestimula o crescimento econômico neste momento (leia a análise completo ao final do texto).

As MPEs do setor de serviços foram as que apresentaram o melhor saldo, com 40,7 mil novas vagas, seguidas pelas micro e pequenas empresas da agropecuária, que geraram 17,2 mil novos postos de trabalho.

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Porém, o desempenho das MPEs do setor de serviços é 5,25% menor na comparação com o mesmo período do ano anterior. Todos os outros setores registraram saldo positivo na geração de empregos das micro e pequenas empresas: construção civil (13,6 mil); indústria de transformação (10,9mil); comércio (1,8 mil) e indústria extrativa mineral (519).

Com o resultado, Minas Gerais foi o segundo estado do País com o maior saldo de empregos gerado pelas micro e pequenas empresas nos primeiros cinco meses do ano.

Belo Horizonte lidera geração de empregos em Minas Gerais

Ainda segundo levantamento do Sebrae Minas, as regiões Central e do Vale do Jequitinhonha e Mucuri apresentaram o melhor e o pior resultados na geração de trabalho pelas MPEs, nos primeiros cinco meses de 2024, respectivamente. Entre municípios, Belo Horizonte obteve melhor resultado, com saldo de 12,9 mil novas vagas, enquanto Barão de Cocais, na região Central, foi a cidade com pior resultado, com saldo negativo de 290 postos de trabalho.

Taxa de juros alterou dinâmica das MPEs em Minas Gerais

Marcílio Duarte afirma que a queda no saldo de empregos das MPEs, na comparação ano a ano, não representa um cenário negativo, mas de um movimento comum e natural da economia.“Se for pegar a média dos últimos três anos, de 85,5 mil empregos, ainda está dentro da média”, disse.

Ele aponta uma atividade econômica muito aquecida no primeiro trimestre, proporcionada pelo início do ciclo de cortes da Selic pelo BC. “Isso impulsionou um pouco a geração de empregos no primeiro trimestre do ano”, comenta. Os meses de abril e maio foram momentos em que o mercado de trabalho começou a se ajustar. “É basicamente o mercado voltando para o Estado e que deveria estar, porque o que foi fora do comum, na verdade, foi o movimento desde o início do ano”, completa.

Com o fim dos cortes na taxa de juros sendo anunciado pelo BC, o micro e pequeno empresário começou ter uma expectativa mais restritiva de acesso ao crédito e de investimentos, o que diminuiu o ritmo de contratações.

A manutenção da Selic ainda em um patamar alto continuará desacelerando o ritmo da geração de empregos das MPEs, mas Duarte não descarta uma surpresa nos próximos meses. “Talvez em julho vamos ver resultado diferente, porque inicia outro semestre também, e agora já vemos movimentos diferentes no dólar. O próximo dado que o Caged liberar talvez ainda indique desaceleração das micro e pequenas empresas, das médias e grandes empresas também, mas talvez a gente veja uma surpresa na economia”, finaliza.

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