Economia

MPEs geram 86,5% dos empregos em MG

Dados foram divulgados pelo Sebrae
MPEs geram 86,5% dos empregos em MG
O setor de serviços respondeu por 35.987 vagas formais abertas no 1º quadrimestre | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

As micro e pequenas empresas (MPEs) foram as grandes responsáveis pela geração de empregos no mês de abril no Estado. Segundo levantamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), 86,5% do saldo de novas ocupações – 17.406 postos de trabalho – foram gerados nos pequenos negócios.

Essa performance das MPEs no mercado de trabalho se deve, primeiramente, ao fato de que elas são a imensa maioria – cerca de 99% – das empresas formalizadas no País. E, como tal, respondem por 56% de toda a mão de obra com carteira assinada e por quase 50% da massa salarial.

Um segundo ponto é destacado pela analista do Sebrae Bárbara Castro. Segundo ela, as MPEs foram as que mais sofreram com a pandemia e, neste momento de recuperação, são também as que estão se recuperando em menos tempo. “Isso se deve à sua estrutura, que é menos complexa, o que faz com que se adaptem e se reinventem melhor e mais rapidamente em cenários adversos”, observa a analista.

Pode parecer, à primeira vista, que o cenário econômico, pressionado pela inflação e consequente redução do consumo, não impacte a geração de empregos nos pequenos negócios. Nada mais ilusório. “O efeito é sentido sim, mas as empresas têm que reagir ao ambiente hostil. Como as pequenas são mais resilientes, elas se recuperam mais rápido”, aponta Bárbara Castro.

Esta capacidade fica clara em períodos de crise, como aconteceu no biênio 2015/2016. “Historicamente, a participação dos pequenos negócios no mercado de trabalho é de 60%, ou seja, independentemente da base de comparação, eles são grandes empregadores”, acrescenta.

O Sebrae também realiza a pesquisa Iscon, que mede a confiança dos empresários no momento atual e no futuro próximo. Os índices têm se mostrado positivos, indicando que o empresário está disposto a investir e contratar nos próximos três meses.

Mas esse contexto depende do que ele vai enfrentar daqui por diante e o que pode impactar este otimismo. “Se o empresário está com a confiança mais baixa, a produção retrai. A mesma coisa acontece com o consumidor, que reduz o consumo diante da incerteza”, explica a analista do Sebrae.

Setor de serviços é destaque

O saldo de novos empregos nas MPEs é 46,8% superior ao registrado em março e 247,7% maior que o saldo de abril do ano passado. Mas, no acumulado dos quatro primeiros meses do ano, o levantamento registrou uma queda de 22,1% em relação ao mesmo período de 2021, totalizando 53.977 vagas.

Minas Gerais foi o segundo estado com o melhor desempenho na geração de empregos pelos pequenos negócios em abril e no acumulado do ano, atrás apenas de São Paulo. Belo Horizonte liderou a criação de vagas no segmento, com 9.919 nos quatro primeiros meses do ano. Cristais, na região do Campo das Vertentes, teve o pior resultado no período, com um saldo negativo de 172 postos de trabalho.

O setor de serviços foi o que teve o melhor resultado até abril. O saldo total de empregos no setor no primeiro quadrimestre do ano foi de 35.987 vagas, um aumento de 55%. O comércio teve o pior resultado, com um saldo negativo de 2.568 vagas, uma queda de 122% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apenas em abril, o saldo de empregos no setor de serviços foi de 8.908 vagas. “O retorno das atividades presenciais estimulou a retomada de segmentos que foram duramente impactados na pandemia, como os de alimentação fora do lar e educação, que estão entre os que lideraram a geração de trabalho nos quatro primeiros meses deste ano”, explica a analista Bárbara Castro, do Sebrae Minas.

As três atividades com o maior saldo de empregos nas MPEs mineiras entre janeiro e abril foram construção de edifícios (2.630), restaurantes e similares (2.475) e educação infantil/pré-escola (2.262). No mês de abril, as atividades com o melhor desempenho foram construção de edifícios (763), restaurantes e similares (755) e transporte rodoviário de carga (632).

Homens de 18 a 24 anos e com ensino médio completo lideraram as contratações nas MPEs mineiras em 2022 até abril.  O salário médio de admissão pago pelas pequenas empresas de Minas Gerais no período foi de R$ 1.605,69, cerca de R$17,00 a mais que o salário médio de desligamento.

As ocupações com o melhor saldo de empregos no primeiro quadrimestre foram as de servente de obras (3.569), faxineiro (2.968) e assistente administrativo (2.760).

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