MPEs geraram 12.499 vagas em outubro no Estado

As micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais foram responsáveis pela criação de 12.499 postos de trabalho em outubro, o segundo melhor desempenho do País, atrás apenas de São Paulo (36.888 vagas). O saldo é consequência da diferença entre 116.924 admissões e 104.425 demissões realizadas no período. Belo Horizonte foi o município que criou mais empregos (2.622), já o menor foi Pirapora (-138).
Conforme o levantamento, o resultado do décimo mês do ano representa 100% dos empregos formais gerados em todo o Estado. Isso porque as médias e grandes empresas (MGEs) tiveram um saldo negativo de 1.332 vagas. Ainda assim, a criação de postos de trabalho pelas MPEs mineiras apresentou retração de 38,4% em relação a setembro deste ano (20.305) e 43% na comparação com outubro do ano passado (21.927).
Já no acumulado do ano, o saldo de empregos chegou a 173.468 vagas. Se comparado ao mesmo intervalo de tempo do exercício anterior, quando foram gerados 225.587 empregos formais, o volume indica queda de 23,1%. As informações são do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais (Sebrae Minas), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.
Segundo o assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, André Costa, apesar do recuo mensal, o resultado de outubro foi positivo. “Geralmente nesse período do ano, a maioria dos setores apresenta uma sazonalidade. A indústria mesmo costuma ter uma redução na atividade. Uma pesquisa do IBGE mostrou que, em outubro, a produção industrial registrou a segunda queda consecutiva. Então, sempre há um decréscimo. Os números foram um pouco maiores do que o esperado, mas ainda foram positivos”, explica.
O estudo também aponta que o setor de serviços foi o que gerou o maior saldo de empregos dentre as MPEs, com 5.752 vagas, seguido pelo comércio (3.307) e indústria da transformação (1.948). Conforme Costa, esses são os grupos que mais contratam durante todo o ano. Ele destaca ainda que com Copa do Mundo, Black Friday e Natal, os setores acabam admitindo mais funcionários para atender à alta na demanda do fim de ano.
Mesmo apresentando o maior crescimento em relação a setembro (94,4%), a agropecuária foi quem teve o pior saldo do mês, com -20 postos de trabalho criados. Costa explica que o setor também apresenta sazonalidade e que, em determinadas épocas do ano, realiza muitas contratações, mas em outras faz o oposto. “Por exemplo, na produção de café, o setor contrata para o plantio, depois demite, depois contrata novamente para a colheita. Então, já tem três meses que o setor registra saldo negativo. No mais, todos os outros setores registraram saldo positivo”, diz.
Ainda de acordo com o Sebrae Minas, as três atividades da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) com o melhor saldo de vagas foram: serviços de alimentação para eventos e recepções – bufê (881); comércio varejista de mercadorias em geral (617) e transporte rodoviários de carga (540). Entre as ocupações, os destaques foram: servente de obras (949), vendedor de comércio varejista (829) e atendente de lojas e mercados (800). A maioria dos empregos foi ocupada por homens de 18 a 24 anos e com ensino médio completo.
Para 2023, Costa afirma que a expectativa é de otimismo. “A expectativa é de uma certa estabilidade na geração de empregos. Se olhar a série histórica, em janeiro e fevereiro normalmente os número caem, tanto nas MPEs quanto MGEs, isso porque os empregadores começam a demitir quem contratou para vagas temporárias. Mas a gente tem otimismo”. Segundo ele, existe ainda a possibilidade de que o novo governo crie um Ministério para as micro e pequenas empresas, o que pode elevar a confiança dos empresários.
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