Economia

MPEs têm saldo negativo de empregos em Minas Gerais

Levantamento feito pelo Sebrae aponta que, em janeiro, os pequenos negócios do Estado tiveram saldo negativo de 525 vagas de emprego
MPEs têm saldo negativo de empregos em Minas Gerais
Déficit de vagas foi puxado principalmente pelo elevado número de baixas registradas na atividade comercial em Minas | Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais iniciaram o ano de 2023 com déficit na geração de postos de trabalho com carteira assinada. Em janeiro, os pequenos negócios do Estado realizaram 186.222 admissões e 186.767 desligamentos, o que resultou em um saldo negativo de 525 vagas de emprego. Puxado, principalmente, pelo elevado número de baixas registradas na atividade comercial – o desempenho mineiro foi o oitavo pior do Brasil.

Se comparado ao mesmo intervalo do ano passado, a performance dos pequenos negócios se torna ainda pior. No período, as MPEs mineiras fecharam o mês com saldo positivo de 1.596 vagas de emprego. O levantamento foi feito pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Minas Gerais (Sebrae Minas), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

O assistente da Unidade de Inteligência Empresarial da entidade, André Costa, explica que o déficit pode ser reflexo do encerramento de postos de trabalho temporário abertos no fim de 2022. Ele destaca que o desempenho não foge ao padrão de sazonalidade para a época. Ressalta ainda que o saldo do mês foi significativamente superior ao de dezembro, quando houve o fechamento de 23.808 vagas de emprego, e que o número de admissões aumentaram.

Costa também reitera que o fato de o comércio ter apresentado o pior comportamento entre os setores, com saldo negativo de 7.198 vagas de emprego, tem relação direta com o término dos contratos temporários. “O comércio geralmente dá um boom de admissões no fim do ano para atender à alta demanda e depois os contratos acabam se findando”, afirma. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


No que diz respeito à atuação da construção civil, atividade com a melhor performance de janeiro, com superávit de 3.216 vagas de emprego, ele esclarece que tem a ver com o fato de o setor geralmente paralisar algumas obras no fim do ano e retomar na sequência. “A gente percebe essa retomada gradual da construção civil. Eles começam a retornar com as obras e contratar mais mão de obra. Isso acaba refletindo nas micro e pequenas empresas”, diz. 

Quanto aos outros grupos analisados, o estudo aponta que a indústria extrativa mineral e a agropecuária apresentaram saldos negativos de 240 e 845 vagas de emprego no mês, respectivamente. E mostra que, do lado oposto, serviços e indústria da transformação registraram saldos positivos de 1.838 e 2.684 vagas de emprego, na devida ordem.

Já em relação aos municípios, Nova Serrana, na região Centro-Oeste, foi quem apresentou o melhor saldo, com superávit de 813 vagas de emprego. Do lado contrário, Uberlândia, no Triângulo Mineiro, registrou o pior saldo, com déficit de 1.081 vagas de emprego. 

Expectativa é favorável para os próximos meses

Para os próximos meses, o assistente do Sebrae Minas afirma que a expectativa é que a tendência do mercado de trabalho permaneça favorável às MPEs. Ele salienta, no entanto, que esse ano reserva alguns desafios pela frente e que algumas projeções já indicam uma desaceleração na economia mundial.  

“Com as incertezas em relação à inflação, que persiste desde a pandemia, o crescimento que observamos no final de 2022, deve desacelerar neste primeiro momento de 2023 e isso pode afetar a geração de emprego nos pequenos negócios. Mas olhando no curto prazo, tem algumas datas comemorativas como Semana Santa e Páscoa, que podem alavancar um pouco o mercado de trabalho”, avalia Costa. 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas