MRV encerra 2021 com recorde no lucro líquido

A estratégia de diversificação dos negócios anteriormente concentrados na habitação para baixa renda no Brasil fizeram a diferença para a construtora MRV em 2021. Os resultados do quarto trimestre do último ano foram fortes: somente no período, a empresa acumulou lucro líquido de R$ 322 milhões.
Em todo o ano, o lucro líquido da empresa foi de R$ 914 milhões, o maior registrado em toda a história da companhia. Outros dados que demonstram um crescimento nunca visto antes foi o de receita operacional líquida, que somou R$ 7,12 bilhões no ano, e o de Valor Geral de Vendas (VGV), que fechou em R$ 8,1 bilhões, com a comercialização de 38.758 unidades habitacionais de todo o Grupo MRV&CO.
Contudo, os resultados nacionais não foram os protagonistas do crescimento da empresa. O lucro histórico é explicado, principalmente, pela atuação da empresa nos Estados Unidos, por meio de sua subsidiária AHS Residential, e pela negociação milionária junto à canadense Brookfield Asset Management para a venda de empreendimentos da startup Luggo, do grupo MRV.
É importante lembrar que as habitações da Luggo são construídas exclusivamente para a locação, sendo que os locatários contam, nas dependências dos prédios, com ambientes de serviços, como lavanderia, e outros de tecnologia.
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Segundo o diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da MRV, Ricardo Paixão, nos últimos três anos a MRV se movimentou para ampliar a presença da empresa no País e no mundo, trazendo um conceito de plataforma habitacional multinacional.
“A empresa era conhecida por um produto só: a habitação popular. E, neste ano, nós tivemos o crescimento basicamente explicado pelos resultados das nossas subsidiárias. Somente a Luggo dobrou de tamanho. A AHS Residential trouxe uma contribuição muito importante. E agora a MRV segue com a estratégia de diversificação, porque não quer depender de um só recurso, ainda que ele seja robusto (referindo-se à política habitacional de baixa renda financiada pelo Governo)”, afirmou Ricardo Paixão.
Vale ressaltar que a MRV&CO é integrada pelas empresas AHS Residential, Luggo, MRV, Sensia Incorporadora e Urba.
Acordo de investimentos Luggo
Ainda segundo Ricardo Paixão, a transação com a Brookfield impulsionou os resultados do quarto trimestre. O acordo de investimentos entre a canadense e a MRV para a aquisição de empreendimentos da Luggo representa uma operação de R$ 106 milhões, com margem bruta de 29% para a MRV. Os empreendimentos negociados foram o Luggo Cabral, localizado em Contagem e o Luggo Piqueri (São Paulo/capital).
Juntos, eles demandaram, no planejamento, investimentos de R$ 75,5 milhões, o que deu o resultado bruto de mais de R$ 30 milhões para a empresa mineira. O VGV dos empreendimentos, que contam com aproximadamente 5.100 unidades, está avaliado em R$ 1,26 milhão. Vale ressaltar, contudo, que mesmo após as etapas previstas da venda, a Luggo continuará à frente da administração das unidades.
Desafios
O cenário interno brasileiro, no entanto, é um ponto de atenção para o grupo. Isso porque, diante da pandemia da Covid-19, a empresa vendeu unidades com preços mais atrativos com o objetivo de manter o volume de vendas. No entanto, com as altas nos preços de insumos e a inflação que chegou ao seu ápice no final de 2021, a empresa espera agora trabalhar com margens comprimidas. Conforme divulgado em seu mais recente relatório de resultados, “o lucro líquido da operação virá das subsidiárias”.
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