Economia

MRV&CO fecha 2020 com recorde de vendas

MRV&CO fecha 2020 com recorde de vendas
O grupo MRV&CO comercializou 54 mil unidades habitacionais no ano passado | Crédito: LEO DRUMOND / NITRO

Apesar dos percalços causados pelas crises sanitária e econômica em 2020, a construtora e incorporadora MRV Engenharia Participações S/A, sediada em Belo Horizonte, apurou  recorde de vendas no ano que passou.

O grupo, agora representado pela marca MRV&CO – que engloba as empresas MRV, Urba, Luggo, AHS e Sensia vendeu 54 mil unidades no exercício passado, o equivalente a R$ 8,7 bilhões.

Ainda assim, o lucro líquido da companhia somou R$ 550 milhões no exercício, queda de 20,3% sobre o ano anterior, quando apurou R$ 690 milhões. A baixa pode ser atribuída a uma série de questões, com destaque para a política de preços e descontos adotada pela construtora nos primeiros meses da pandemia de Covid-19 no País, como forma de elevar o ritmo das vendas.

As informações constam do balanço financeiro da MRV e de acordo com o diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores, Ricardo Paixão, os resultados podem ser atribuídos tanto ao aquecimento observado pela construção civil no decorrer do ano passado quanto pelos diferenciais da companhia.

“Com a pandemia, alguns setores foram aquecidos e outros prejudicados. No caso da construção, as pessoas passaram a valorizar ainda mais a casa própria. A MRV, além de pertencer a um setor que teve a demanda aumentada, contou com diferenciais como distribuição geográfica, várias linhas de produtos, plataforma digital e avanços de inovação. Isso fez com que as pessoas pudessem continuar comprando os imóveis remotamente”, explicou.

Mas o executivo também lembrou que em 2020 o número de lançamentos da construtora foi 12,3% menor que o registrado em 2019, devido à suspensão de serviços de prefeituras e de cartórios em determinadas regiões. Ao todo foram 36.658 unidades lançadas no ano passado contra 41.817 no exercício anterior. A expectativa é que o número seja bem maior em 2021.

“Esperamos crescimento nos lançamentos, em unidades produzidas e, consequentemente, nas vendas. Se não tivermos esses gargalos novamente, alcançaremos desempenhos superiores, em função da base comparativa, o que vai fazer a empresa crescer como um todo”, afirmou.

De maneira geral, conforme ele, o primeiro bimestre já tem se mostrado aquecido, carregando o bom desempenho observado no último trimestre do ano passado – quando o lucro líquido teve aumento de 39,4% em relação ao terceiro trimestre do mesmo ano. Já a geração de caixa cresceu 8,7% no mesmo tipo de comparação.

Diversificação

Outro movimento previsto para 2021 diz respeito à continuidade na diversificação dos negócios da empresa, a partir das fontes de funding, iniciado há mais de dois anos.

De acordo com o diretor, no ano passado, 18% das vendas já ocorreram fora do programa Programa Casa Verde e Amarela (Antigo Minha Casa Minha Vida), como os da Linha Premium, com funding do SBPE, da Luggo, da Urba e da Sensia. Em bancos de terreno a proporção já chega a 30%.

“Em termos de volume queremos fazer 40 mil no programa habitacional e 40 mil nas outras linhas de negócio, que seriam as de média-renda, para crescermos com diversificação”, adiantou.

Outros dois destaques do balanço da companhia no decorrer do ano passado dizem respeito à venda, pela AHS, do empreendimento Deering Groves, nos Estados Unidos, pelo valor de R$ 296 milhões; e ao pagamento de R$ 100 milhões em dividendos extraordinários aos acionistas.

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