Economia

MRV&CO fecha o terceiro trimestre com VGV menor

Mas no acumulado do ano houve elevação do VGV
MRV&CO fecha o terceiro trimestre com VGV menor
O preço médio por unidade do grupo MRV&CO recuou de R$ 238 mil para R$ 200 mil | Foto: Leo Drumond/ Nitro

O grupo mineiro MRV&CO – que engloba as empresas MRV, Urba, Luggo, AHS e Sensia – encerrou o terceiro trimestre de 2022 com queda nas vendas líquidas tanto em número de unidades quanto em Valor Geral de Vendas (VGV). Já no acumulado dos nove meses do ano, houve elevação no VGV, mas o volume comercializado continua abaixo do apurado em igual época de 2021. De acordo com a companhia, o movimento já era esperado e condiz com a estratégia de recomposição da margem de lucro.

Os dados constam da prévia operacional da construtora e indicam que no trimestre, o VGV das vendas chegou a R$ 1,4 bilhão contra R$ 2,1 bilhões dos mesmos meses do exercício anterior. Isso significa recuo de 27,3%. Ao todo foram comercializadas 7.328 unidades contra 8.455 (-13,3%). O preço médio por unidade também caiu, passando de R$ 238 mil para R$ 200 mil no terceiro trimestre deste ano.

No acumulado de janeiro a setembro, o VGV das vendas ficou em R$ 5,8 bilhões, aumento de 2,1% sobre os R$ 5,6 bilhões dos mesmos meses de 2021. As unidades somaram 25.577 sobre 26.610 (-10,6%). O preço médio por unidade, neste caso, foi 14,2% maior: R$ 227 mil e R$ 168 mil, respectivamente.

O diretor executivo de Finanças e Relações com Investidores da MRV, Ricardo Paixão, explica que diante do cenário de alta dos preços dos insumos da construção, a empresa perdeu bastante margem de lucro nos últimos meses. O volume de unidades comercializadas também caiu. Com este movimento, agora, a construtora tem priorizado a retomada dos preços e não dos volumes.

“Depois de um longo período de alta dos preços, estamos num momento de recomposição da margem da companhia. Já começamos a ver os custos mais próximos da estabilidade e temos priorizado um movimento estratégico de recomposição. Por isso, esse menor volume de vendas já era esperado”, diz.

Lançamentos

Seguindo a mesma lógica, os lançamentos também têm ficado aquém. Segundo a prévia da MRV, no trimestre, o VGV dos lançamentos somou R$ 1,8 bilhão, enquanto na mesma época de 2021 havia sido superior a R$ 2 bilhões, baixa de 13,6%. A queda no número de unidades foi ainda maior: -31,2%, saindo de 10.789 para 7.426 neste ano.

No acumulado do ano o VGV dos lançamentos foi de R$ 5,6 bilhões, mas nos nove meses do ano anterior chegou a R$ 6,1 bilhões (-8,6%). Ao todo foram 21.988 unidades neste exercício e 32.173 em 2021 (-31,7%). A título de exemplificação, em ambos os tipos de comparação já é possível observar elevação no preço médio por unidade, o que confirma a estratégia citada pelo diretor.

Conforme Paixão, ainda dentro deste contexto, a empresa também optou por segurar os lançamentos. Algo que já poderá começar a ser revisto nos próximos meses. “Já temos uma série de projetos aprovados prontos para serem lançados. Com a estabilização dos custos a margem já volta a fazer sentido e um crescimento expressivo do volume de lançamentos no quarto trimestre não nos surpreenderia”, revela.

No detalhamento dos braços operacionais do grupo, destaca-se a operação da Resia. Como o modelo de negócio da empresa consiste na compra do terreno, desenvolvimento do projeto, construção, locação e a venda da propriedade, este modelo implica, naturalmente, em um descasamento temporal de caixa. Por isso, no terceiro trimestre, a operação norte americana continuou funcionando normalmente, mas sem a venda de nenhum empreendimento, explica Paixão.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas