Economia

MRV&CO registra prejuízo, mas aposta em trajetória de recuperação

Diante do cenário e de projeções, executivos do grupo já falam 'melhores resultados da história da MRV'
MRV&CO registra prejuízo, mas aposta em trajetória de recuperação
Foto: Divulgação MRV

A MRV&CO – grupo de empresas imobiliárias integradas pela MRV Incorporadora (incorporação imobiliária), Urba (loteamento); Luggo (locação) e Resia (Locação EUA) – registrou prejuízo líquido de R$ 167,6 milhões no primeiro trimestre de 2024.

Apesar do resultado ruim, a companhia comemora a constante recuperação do Ebitda (lucro sem descontar impostos, juros e amortizações), que apresentou evolução de 111% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período no ano passado e a trajetória de recuperação que o grupo tem desenhado. De acordo com os resultados do conglomerado, o índice passou de R$ 114 milhões para R$ 241 milhões de um ano para o outro.

Fatores como a alta do tíquete médio, que registrou aumento de 13,7% frente ao primeiro trimestre de 2023, passando de R$ 218 mil para R$ 248 mil, são algumas das causas apresentadas pelo grupo para considerar o momento de recuperação.

De acordo com balanço da companhia, o custo da empresa também cresceu menos que a inflação, fazendo com que não se tornasse um ponto negativo para o desempenho. O sucesso de lançamentos destinados ao Grupo 1 do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), do governo federal, também foi essencial para a caminhada mais positiva, conforme a empresa. A faixa do programa para famílias com renda bruta de até R$ 2, 6 mil, representou 45% dos lançamentos da empresa no decorrer dos quatro primeiros meses deste exercício. Esse grupo havia sido excluído do programa por quatro anos e retornou em 2023.

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“Estes fatores trouxeram uma boa rentabilidade ao primeiro trimestre de 2024, consideravelmente melhor do que o primeiro trimestre no ano passado, que já tinha sido marcado por uma safra interessante”, pontuou o presidente da MRV&CO, Rafael Menin, em teleconferência para divulgação dos resultados. 

Outro ponto levantado pelo executivo foi o aumento das vendas líquidas da companhia mineira. No primeiro trimestre de 2024, a empresa atingiu a marca de R$ 2,13 bilhões em vendas, aumento de 18,4% sobre a mesma época um ano antes. 

Menin ainda citou a estabilidade do custo de construção como fator importante para o desempenho. “Os custos não estão subindo e temos conseguido comprar terrenos mais baratos do que comprávamos há dois ou quatro anos. (…) Esse cenário nos leva a um futuro extremamente saudável e estamos muito seguros de que, em breve, estaremos apresentando os melhores resultados da história da MRV”, prevê.

De acordo com ele, a empresa está otimista e tem entregado resultados conforme o que foi proposto para 2024 e 2025. “A safra que está sendo construída este ano vai refletir no balanço de 2025. À medida que o ano vai passando, continuamos reafirmando que estamos confortáveis de que todas as métricas esperadas para 2025 serão atingidas como: o ROL (Receita Operacional Líquida), a margem bruta contábil, a geração de caixa, entre outros”, afirmou.

O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da MRC&CO, Ricardo Paixão, por sua vez, ressaltou o crescimento da margem bruta como uma expansão importante na MRV Incorporação. “O crescimento de 5,3 pontos percentuais do primeiro trimestre de 2023 para os primeiros três meses deste ano reflete uma melhora operacional, sobretudo, com o aumento de preços que conseguimos fazer e essa meta de custos bastante controlada”, reforçou.

De acordo com Paixão, a expectativa do grupo é que a MRV incorporação volte a anunciar 40 mil unidades por ano como no passado. “Em 2023, a empresa lançou apenas 32 mil unidades e o objetivo é voltar aos 40 mil anuais“, disse.

A redução do pro-soluto (forma de crédito) foi outro fator que o diretor destacou como positivo. “Essa redução vem sendo perseguida e alcançada. Saímos de 21% no primeiro trimestre do ano passado e batemos 15% no primeiro trimestre deste ano. Nossa expectativa é que esse indicador continue caindo trimestre após trimestre, até que a gente alcance os 12% que nos propusemos a ter”, disse. 

Resia continua sendo aposta da MRV&CO

Boa parte dos questionamentos do mercado durante a teleconferência da empresa fazia referência à Resia, operação de locação que o grupo opera nos EUA. Sobre ela, o presidente da MRV&CO comentou que o mercado de locação está aquecido naquele país e que o produto é muito aderente à demanda da classe média americana.

Ele explicou que a empresa atua nas regiões geográficas de maior aquecimento econômico do país norte-americano, sobretudo com relação a emprego e migração.

“Estamos seguros de que a Resia é uma empresa vencedora, é claro que fomos pegos na contramão em relação a juros, mas também tivemos uma inflação impressionante, como no Brasil, que contribuiu para deteriorar a rentabilidade do negócio. Mas olhando para frente, o cenário é parecido com o Brasil e ganhando eficiência no nosso sistema de produção, em algum momento, os juros começarão a cair e a Resia voltará a ter uma rentabilidade extremamente positiva”, justificou.

O gestor afirmou que o grupo continua estudando qual a melhor estrutura societária para a empresa e que o spin-off deve acontecer nos próximos meses, como planejando. “Queremos aproveitar esse novo ciclo que certamente será positivo no mercado americano”, concluiu.

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