Economia

MRV&Co tem prejuízo ajustado de R$ 774,7 milhões no 2º trimestre puxado por Resia nos EUA

Já a receita operacional líquida totalizou R$ 2,7 bilhões no período
MRV&Co tem prejuízo ajustado de R$ 774,7 milhões no 2º trimestre puxado por Resia nos EUA
Foto: Divulgação MRV

São Paulo – O grupo MRV&Co divulgou nesta terça-feira (12) um prejuízo líquido ajustado de R$ 774,7 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 29,4 milhões apurado no mesmo período do ano passado, tendo as operações da subsidiária norte-americana Resia como principal fator para o resultado negativo.

A receita operacional líquida, por sua vez, totalizou R$ 2,7 bilhões no período, com crescimento de 18% em relação ao faturamento do segundo trimestre de 2024, com impulso do segmento de incorporação da MRV&Co, que inclui as marcas MRV e Sensia.

A Resia, que está em processo de reestruturação, teve um prejuízo líquido ajustado de R$ 886,9 milhões nos três meses encerrados em junho, com impacto da baixa contábil de US$ 144 milhões relacionada à venda de ativos antecipada no mês passado.

Esse impairment envolve a perda estimada de US$ 81 milhões com vendas de terrenos e de mais US$ 63 milhões com o desinvestimento de projetos da chamada “safra legado”, que são ativos que serão vendidos abaixo do custo.

A baixa contábil não considera a venda do empreendimento Golden Glades, em Miami, cujo valor de venda está em US$ 198 milhões e que possui “perspectivas de lucro e retorno excelentes”, de acordo com a companhia.

A Resia também vendeu em 18 de julho o terreno Forresta Village, em Houston, por US$ 7,2 milhões, montante já considerado no impairment e que, portanto, “não gerou resultado positivo nem negativo”, segundo o diretor financeiro, Ricardo Paixão.

“Como a gente já fez o impairment de todas as propriedades que a gente tem para vender, o que vamos ter, na verdade, é um impacto negativo pequeno de despesa financeira e G&A (despesas gerais e administrativas)”, acrescentou o executivo, indicando um prejuízo bem menor para a Resia nos próximos trimestres.

A subsidiária tem como meta vender US$ 800 milhões em ativos até o final de 2026. O grupo informou nesta terça que as vendas já somam US$ 124 milhões, entre empreendimentos e terrenos – incluindo o mais recente neste terceiro trimestre.

MCMV

No Brasil, a MRV&Co destacou que o mercado de habitação econômica está no “melhor momento de sua história” em meio aos incentivos do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal. O segmento de incorporação do grupo registrou lucro líquido ajustado de R$ 125,5 milhões no segundo trimestre, alta de 64,9% ano a ano.

A receita operacional líquida dessa divisão cresceu 20,8% na mesma comparação, chegando a R$ 2,5 bilhões, com margem bruta em 30,2%, versus 26% um ano antes.

“A gente espera uma performance de venda no segundo semestre bastante forte”, disse o executivos, chamando atenção para o reajuste das faixas 1, 2 e 3 do MCMV, realizado em abril deste ano. “Elas têm sido bem importantes”, ressaltou.

Segundo a MRV, na esfera estadual, cerca de 60% dos estados nos quais a construtora atua contam com cheques regionais de subsídios adicionais, para além do MCMV, e aproximadamente 25% das vendas da companhia tiveram benefício desses programas.

O segmento, no entanto, apresentou um consumo de caixa de R$ 35,9 milhões, com ajustes, ainda afetado pelo descasamento entre unidades produzidas e repassadas, que diminuiu para 1.324 no final de junho, de 1.418 ao final de março, representando R$ 77 milhões a menos de geração de caixa.

“Das 1.418 unidades represadas ao final do primeiro trimestre, vendemos mais 767 unidades antes da liberação do impedimento, mas repassamos 663 unidades. Essa evolução, somada a 198 cancelamentos de contratos com repasse pendente, totaliza as 1.324 unidades sem repasse ao fim do segundo trimestre”, disse a construtora em seu balanço.

O diretor financeiro do grupo reforçou que, para os próximos trimestres, é esperada uma reversão dessa tendência. “A gente espera ter mais repasse do que produção, o que seria um caso importante para a geração de caixa”, disse Paixão.

Reportagem distribuída pela Reuters

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