Quase 90% das mulheres empreendedoras já tiveram ‘nome sujo’, aponta Serasa

A maioria das mulheres que empreendem no Brasil enfrenta um cenário de instabilidade financeira e de dificuldade de acesso ao crédito. É o que aponta pesquisa do Serasa em parceria com a Opinion Box que mostra que 87% das mulheres donas do próprio negócio já tiveram o nome negativado, e 68% relataram ter o pedido de financiamento recusado.
Os dados revelam que, mesmo buscando autonomia financeira por meio do empreendedorismo, 74% das entrevistadas precisaram recorrer a trabalhos informais para complementar a renda. A pesquisa indica ainda que, na prática, o dinheiro obtido com o negócio próprio nem sempre é suficiente para sustentar as despesas.
Falta capital para as mulheres empreendedoras
Conforme o levantamento, a dificuldade em obter crédito e reunir capital inicial foi apontada por 35% das mulheres como a principal barreira para manter ou expandir o negócio. Para 75% das entrevistadas, foi necessário buscar alguma forma de crédito ao longo da trajetória empreendedora, o que reforça a centralidade do financiamento para a sustentabilidade da atividade.
Segundo o Sebrae, a limitação ao acesso a crédito afeta tanto a sobrevivência de negócios em momentos de instabilidade quanto sua capacidade de crescimento. Sem recursos, muitas empreendedoras enfrentam dificuldades para investir, inovar e ampliar a atuação no mercado.
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Trabalho doméstico é um empecilho
Outro fator que impacta diretamente a trajetória dessas mulheres é a sobrecarga doméstica. Entre as entrevistadas, 73% afirmaram que as tarefas não remuneradas em casa dificultam o desenvolvimento do negócio. Dessa forma, a “dupla jornada” compromete o tempo disponível para atividades como gestão, prospecção de clientes, planejamento e qualificação profissional.
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