Neuman & Esser amplia fábrica de geradores de hidrogênio em Belo Horizonte

O mercado global de hidrogênio vem ganhando relevância como uma das principais apostas para a transição energética sustentável e Minas Gerais segue em destaque entre as regiões mais promissoras. Com a alta demanda e um cenário cada vez mais favorável, a multinacional alemã Neuman & Esser inaugura nesta quarta-feira (27), a ampliação da fábrica de geradores de hidrogênio de baixo carbono localizada em Belo Horizonte.

Com investimentos de R$ 70 milhões, a nova planta ocupará uma área de 3,5 mil metros quadrados e quadruplicará a capacidade da empresa. Ao todo, o espaço terá capacidade de produzir até 70 megawatts (MW) por ano de geradores de hidrogênio conteinerizados, além de aumentar a produção de eletrolisadores em até sete vezes em relação aos níveis atuais, expandindo, também, a capacidade de empacotamento de compressores de gases industriais, como H2 e CO2.

Segundo o diretor-presidente da Neuman & Esser Brasil, Marcelo Veneroso, o mercado de hidrogênio no mundo está em franco crescimento e a empresa segue à frente dos acontecimentos, tornando-se referência mundial a partir do projeto. “O mercado de hidrogênio é a esperança global porque resulta em operações que não exigem emissões. Acreditamos que o mercado crescente vá dar fôlego à expansão dessa fábrica”, pontua.

A expectativa com relação à demanda se transformou nos últimos anos, muito em função da popularização das energias renováveis no Brasil, como eólica e fotovoltaica. O executivo ressalta que antes havia um questionamento sobre o uso em razão do custo e qualidade da energia e que, hoje, os principais gargalos foram sanados, tornando-as economicamente competitivas.

Para os próximos anos, a expectativa é de crescimento à medida em que as indústrias abracem cada vez mais a tecnologia. Em 2024, a multinacional divulgou faturar 30% a mais que em 2023. Para o próximo exercício, a meta é registrar avanço de 30% sobre 2024. Já para 2026, estima-se crescimento de até 50% o faturamento na comparação com 2024. “Esperamos uma expansão contínua da demanda de utilização da tecnologia e para isso julgamos importante a interação de diversos setores”, complementa Veneroso.

Ampliação de políticas públicas é fundamental para fomentar demanda

Um dos principais mecanismos citados pelo executivo para ampliar o acesso ao hidrogênio de baixo carbono em Minas Gerais parte pela implementação de políticas públicas e atração de novos investidores. “Precisamos ampliar a partir de financiamentos com linhas competitivas e desenvolvimento de mão de obra qualificada. São passos que não dependem só da gente e sim de um conjunto de fatores”, afirma Veneroso.

Atualmente, a formação profissional de qualidade é um dos principais gargalos citados pela empresa, que hoje emprega e capacita mais de 80 pessoas de forma direta apenas em Belo Horizonte. Para o futuro, a expectativa é que os profissionais cheguem cada vez mais aptos a realizarem determinadas funções, reduzindo custos e estreitando a jornada de evolução profissional interna para aprendizados cada vez mais especializados.

Com relação ao Estado, Veneroso acrescenta que nota uma mobilização do setor público com a política do hidrogênio, mas pontua que é preciso agilidade para atrair investidores e aproveitar as oportunidades de um mercado crescente.

“Quem sair na frente com vantagens competitivas terá mais oportunidades no mercado. Minas Gerais tem vantagens à frente de outros estados, como estar perto do mercado consumidor, como usinas de aço e siderúrgicas. Se o governo motivar essas empresas a aplicarem a energia limpa, o Estado certamente será protagonista neste segmento”, finaliza.