Municípios da RMBH decidem adotar rigor contra a pandemia

O agravamento dos índices da pandemia da Covid-19 levou 21 cidades integrantes da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel) a adotar medidas mais rígidas para combater a doença.

A nova fase foi chamada de “Onda Lilás” e entrará em vigor a partir de hoje. A decisão foi tomada durante reunião realizada na manhã de ontem com prefeitos e secretários.

A “Onda Lilás” é algo intermediário, entre a “Onda Vermelha” e a “Onda Roxa” – classificações do governo estadual que integram o programa Minas Consciente. Embora não compreenda o fechamento dos chamados serviços não essenciais, ela traz restrições, como toque de recolher das 20h às 5h, a não comercialização de bebida alcoólica gelada em supermercados e a proibição do consumo dessas bebidas em estabelecimentos.

A capital mineira, porém, não anunciou nenhuma mudança e segue apenas com as atividades essenciais em funcionamento, conforme informado pelo prefeito Alexandre Kalil na última sexta-feira (5). Contagem também terá protocolos mais rígidos do que os compreendidos na “onda lilás”, com o fechamento do comércio a partir de quarta-feira por um período de 21 dias.

Durante entrevista coletiva realizada na tarde de ontem, a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT) e vice-presidente da Granbel, destacou o fato de os indicadores da doença apontarem para a necessidade de tomar medidas mais restritivas. Além disso, também pontuou que restringir a circulação de pessoas é fundamental para preservar vidas e diminuir as taxas de transmissão da Covid-19.

Ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, Marília Campos ressaltou que existem, sim, preocupações relacionadas com a economia, mas que “não se faz o que quer”. Ela destacou que, durante a reunião da Granbel, apenas cinco prefeitos votaram a favor da adoção da “Onda Roxa”, com medidas mais restritivas – por isso essa fase não prevaleceu na reunião e foi adotada a “Onda Lilás” em vários municípios.

“É claro que as situações dos municípios são diferentes, o índice epidemiológico… Tem município que não tem UTI, então encaminha para os outros”, destaca. “Basicamente, por exemplo, Ribeirão das Neves, Ibirité, que a situação é muito grave, eles colocam que é fundamental manter o funcionamento da atividade econômica. Eu também acho que é fundamental, mas a gente não faz o que quer, a gente faz o que tem que ser feito, o que é necessário fazer”, salientou.

Dessa forma, destacou a prefeita, “Contagem vai colocar mais restrições, entendendo que inclusive para retomar a economia nós precisamos conter a epidemia”, disse.

Onda Roxa

Por ora, não existe uma previsão de que a Granbel se reunirá novamente para discutir mais ou menos medidas restritivas nos municípios, segundo Marília Campos. “O Estado está fazendo as avaliações, as condições epidemiológicas. Por força da situação pandêmica, ele pode decretar a Onda Roxa e ser impositivo”, ressalta.

O DIÁRIO DO COMÉRCIO entrou em contato com o governo de Minas para saber o posicionamento acerca da adoção da “Onda Lilás” pelos municípios da RMBH, mas não obteve um retorno até o fechamento desta edição.

As cidades que adotam a nova onda a partir de hoje são: Caeté, Capim Branco, Confins, Contagem (com um número maior de restrições, como o fechamento do comércio), Florestal, Ibirité, Igarapé, Itaguara, Jaboticatubas, Juatuba, Mateus Leme, Matozinhos, Nova Lima, Nova União, Pedro Leopoldo, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Santa Luzia, São Joaquim de Bicas, Sarzedo e Vespasiano.