Economia

Vendas do Dia dos Namorados deixam a desejar nos malls

Resultado, observado nos shoppings em relação a igual data em 2021, ainda está muito longe dos níveis pré-pandemia
Vendas do Dia dos Namorados deixam a desejar nos malls
Crédito: Divulgação

O comércio belo-horizontino vem melhorando dia a dia, mas a passo de tartaruga. Os resultados do Dia dos Namorados confirmam que a retomada é lenta e as vendas ainda estão muito longe dos níveis pré-pandemia. No dia 12, elas tiveram um aumento de 12,76% nos shoppings em relação ao ano passado. Um incremento modesto, já que inclui o IPCA de 11,73% – ou seja, representa menos de 1% de crescimento real – e se refere a uma base de comparação fraca, junho de 2021.

Esta é uma das conclusões da pesquisa “Vendas do Dia dos Namorados”, realizada pela Associação dos Lojistas de Shoppings Centers de Minas Gerais (Aloshopping) junto a 62 empresas filiadas, representando 14 segmentos do comércio no período anterior ao Dia dos Namorados. No levantamento, 72,6% dos entrevistados disseram que as vendas cresceram, enquanto para 27,4% deles, caíram.

“Os produtos mais vendidos foram os de vestuário, calçados, acessórios, perfumes e chocolates. O valor do tíquete-médio não chegou a ser calculado, mas, a princípio, a média foi de R$ 180 nos shoppings”, disse o superintendente da Aloshopping, Alexandre Dolabela. 

A pesquisa mostra ainda que os consumidores compraram mercadorias com maior valor agregado em relação ao ano anterior e um fator que impulsionou as vendas foi a volta das festas, casamentos e formaturas. “Havia uma demanda reprimida. Com a volta dos eventos, os consumidores estão gastando mais em vestuário, acessórios e calçados, que é o segmento que predomina no comércio varejista. São 70% das lojas”, aponta Dolabela.

Outro ponto de atenção foi a alta da inflação, que impactou os preços dos produtos, contribuindo para o crescimento do tíquete-médio. Um contexto macroeconômico que não anima o superintendente da Aloshopping. “De 2014 em diante, o comércio começou a cair e não se recuperou mais. Teve uma pequena retomada em 2018 e não conseguiu um crescimento sustentável até hoje. A pandemia foi um baque muito forte e a recuperação vai ser gradual”, prevê Alexandre Dolabela. 

Neste contexto, ele destaca os juros elevados e a inflação alta, que está corroendo os salários dos menos favorecidos e, consequentemente, impactando negativamente o comércio. “Vamos ter um PIB de, no máximo, 1,5%, o desemprego deve continuar alto e teremos que enfrentar outras variáveis como as eleições e a crise mundial. Diante disso, acreditamos que o comércio só voltará ao patamar de antes da pandemia no segundo semestre de 2023 ou no primeiro semestre de 2024”, acrescenta.

Dolabela observa um fato importante em relação às vendas, detectado pela pesquisa no período de compras para o Dia dos Namorados. “Ano a ano, o e-commerce vem superando as vendas físicas, mas, atualmente, a venda física está subindo mais do que a venda pela internet. Não ultrapassou, mas cresceu mais”, diz Dolabela. “Shopping é um local de entretenimento, tem sua magia com o cinema, as lojas e a praça de alimentação funcionando sem restrições. Uma parte muito importante é a compra por impulso, a pessoa vai se divertir e acaba adquirindo alguma coisa”, conclui.

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