Nanum inaugura complexo de R$ 60 milhões em Lagoa Santa

A Nanum Nanotecnologia S.A. inaugurou, na quarta-feira (21), seu complexo industrial em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O investimento na planta, que já ultrapassou os R$ 30 milhões, alcançará ao menos R$ 60 milhões até o final do ano. A área de 20 mil metros quadrados (m²) é 20 vezes maior que as atuais instalações e vai abrigar seis laboratórios e três linhas de produção.
A empresa está em negociações para captar novos recursos no mercado para mais investimentos e impulsionar seus produtos, como seu Hipercapacitor Molecular (HCM), considerado um produto revolucionário para o setor de energia.
A expectativa com a nova planta é triplicar o faturamento até o final de 2025, aponta o sócio e presidente do Conselho Administrativo da Nanum, Ailton Ricaldoni Lobo. “A gente aproveitou essa oportunidade, nós tivemos que mudar de fábrica por força de contrato, tivemos que preparar uma nova estrutura, e já enxergando o futuro e a possibilidade, a gente fez uma fábrica já para pegar os próximos anos de crescimento”, disse.
Com mais de 15 anos de história, a Nanum busca se tornar mais conhecida do mercado brasileiro. A empresa sempre exportou praticamente toda sua produção e era focada no B2B, principalmente para grandes clientes internacionais como a HP.
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Agora, a estratégia da empresa é diversificar mercados e produtos. “Nós vamos diversificar em vários aspectos. Um deles é o mercado, nós vamos mirar no mercado doméstico; em estilos de mercado, vamos colocar no varejo também; em termos de produtos e em termos de clientes, tudo isso no conjunto”, declarou o CEO e sócio da Nanum, José Fernando Contadini, no evento de inauguração.
O grande chamariz é o Hipercapacitador Molecular. Os especialistas da Nanum afirmam que o uso de nanotecnologia permite que o produto, patenteado pela empresa, alcance uma capacidade de armazenar energia, quanto de fornecer potência elevada rapidamente, muito superior aos tradicionais supercapacitores disponíveis no mercado.
Além disso, o HCM tem vida útil de mais de um milhão de ciclos de recarga, maior que a dos supercapacitores, atualmente de até um milhão de ciclos, e não utiliza metais tóxicos. O hipercapacitador está em fase final de desenvolvimento. A planta piloto para a sua produção no complexo de Lagoa Santa deverá ser finalizada até o fim deste ano. A estimativa é que o produto esteja disponível no mercado entre o final de 2025 e início de 2026.
Nanum lançará seis produtos até primeiro trimestre de 2025
Até o fim deste ano, a Nanum disponibilizará no varejo sua tinta anticorrosiva. Com a nanotecnologia, o produto possui um tempo de cura muito menor do que as tintas comuns: cerca de apenas uma hora para uma demão, ao invés de um dia. Para estruturas metálicas corroídas, não há necessidade de tratamento da estrutura. A tinta anticorrosiva pode ser aplicada diretamente no estado atual para cessar o processo corrosivo.
Também para os próximos meses está previsto o lançamento de outra tinta, com efeitos biocidas. Ela aumenta a proteção do ambiente hospitalar e evita a proliferação de infecções. Já com foco nas montadoras de automóveis, será lançada uma tinta que impede a aderência dos respingos de soldas em parafusos que compõem a estrutura dos veículos, quando ainda estão na linha de produção, o que reduz custos e agiliza a montagem.
Até o final do primeiro trimestre de 2025, a empresa pretende lançar seis linhas de produtos ao todo. A Nanum detém mais de 20 patentes de soluções nanotecnológicas aplicáveis ao mercado global.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, afirma que a Nanum, ao aplicar soluções de nanotecnologia para problemas reais, vai promover avanços em vários segmentos industriais e trazer uma melhoria sistêmica na qualidade e na produtividade.
“Nós temos pouquíssimas empresas no mundo fazendo isso. O brasileiro não costuma valorizar soluções locais e o que a Nanum fez foi vender primeiro para o mercado internacional e, agora, volta seus olhos para o mercado brasileiro com essa chancela mundial. É muito mais difícil um brasileiro vender lá fora do que um gringo vender aqui no Brasil”, comenta.
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