Economia

Natal frustra os comerciantes dos shoppings da Grande BH

Natal frustra os comerciantes dos shoppings da Grande BH
Setor estimava um crescimento de 5% no comércio de produtos na data, o que não ocorreu - Foto: Inovah eventos Crédito: Inovah Eventos

Decoração especial, brindes e sorteios: os shoppings de Belo Horizonte e região metropolitana investiram alto no Natal, principal data para o varejo, mas os resultados não foram satisfatórios. Pesquisa da Associação de Lojistas de Shopping Center de Minas Gerais (AloShopping) apontou queda de 0,27% nas vendas no Natal de 2018 em relação a igual período do ano passado.

Superintendente da AloShopping, Alexandre Dolabella França aponta o não pagamento do 13º salário do funcionalismo público estadual como a principal causa do resultado negativo. O dado positivo da pesquisa ficou por conta das expectativas para 2019, com 91,5% dos comerciantes mostrando confiança em graus muito alto, alto ou regular.

“O não pagamento do 13º salário prejudicou muito os resultados. É um efeito cascata. Não é só o funcionário público que fica sem o rendimento, é a família toda”, disse.

13º salário e greve – Ontem, o governo de Minas anunciou que não fará o pagamento do 13º salário neste ano, com a conta ficando para o novo governador. Dolabella ressalta que, do total da folha de funcionalismo do Estado, 51% é voltado a funcionários da Capital. Outro fator que pode ter impactado negativamente, mas com menor intensidade, foi a greve dos metroviários.

O resultado das vendas frustrou a expectativa do setor, que aguardava crescimento aproximado de 5%, amparado na alta do otimismo registrado no período pós-eleitoral e em indicadores macroeconômicos, como inflação estável e juros em queda. O balanço da Black Friday, que mostrou alta nos negócios de aproximadamente 10% em relação à promoção de 2017, foi outro fator que apontava bons resultados para o Natal. Mas, segundo Dolabella, algumas pessoas podem ter antecipado suas compras em novembro, durante a promoção, deixando de consumir em dezembro.

De acordo com a pesquisa, o segmento com o melhor resultado foi o de óticas, com alta de 8,60% nas vendas. Também apresentaram saldos positivos as lojas de utilidades (+4,50%); vestuário feminino e masculino (+1,94%); móveis, colchões e decoração (+1,62).

Já os piores resultados ficaram por conta dos comércios de cama, mesa e banho, com queda de 8%; e artigos esportivos, com retração de 7%. Também registraram queda nas vendas as lojas de variedades (-6,83%); calçados, bolsas e acessórios (-3,68%); perfumaria e cosméticos (-3,62%); brinquedos e games (-2,66%); alimentação e cafés (-1,55%); serviços (-0,87%); joias e semijoias (-0,33%).

Segundo Dolabella, com estoques altos, alguns comércios de shoppings já deram início às promoções tradicionais do período.

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Expectativa – Mesmo com os resultados negativos do Natal, as expectativas dos lojistas de shoppings para 2019 estão em alta. Segundo a pesquisa, 91,5% dos entrevistados se mostraram confiantes em relação às vendas no próximo ano. Desse total, 4,9% apontaram confiança muito alta; 35,4% disseram ter confiança alta; e 40,3%, confiança moderada. Apenas 3,7% registrara grau baixo e 4,9% muito baixo. De acordo com Dolabella, as projeções otimistas ocorrem devido a indicadores positivos da economia e confiança no novo governo.

A pesquisa foi realizada em 26 de dezembro, em todos os grandes shoppings da capital e de Contagem. A maior parte dos comerciantes entrevistados é do segmento de vestuário, representando 36,6% do total. Em seguida estão aqueles dos ramos de calçados, bolsas e acessórios (13,4%); alimentação (11%) e serviços (7,3%).

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