Nestlé Brasil vai investir na fábrica de Ituiutaba

A planta da Nestlé em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, vai receber investimentos da companhia. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (18) e está previsto nos planos para o segmento de nutrição, com foco na produção de fórmulas infantis ou leites de crescimento, com destaque para as linhas Ninho, Nestogeno e Nestonutri nesta unidade.
A subsidiária brasileira da maior empresa de alimentos e bebidas do mundo não detalhou o montante de recursos do plano de investimentos de 2025 a 2028 para as diferentes linhas de negócios. Procurada pela reportagem, a Nestlé Brasil informou que não “abre o recorte regional” sobre os aportes, ao ser questionada sobre as inversões no Estado. No Brasil os investimentos para esse período são de R$ 7 bilhões.
Além da unidade de Ituiutaba, a de Montes Claros, no Norte de Minas, está contemplada nos planos da Nestlé Brasil, no segmento de cafés. A empresa informou que vai fortalecer “sua jornada de premiunização” com destaque para a expansão da linha Nescafé Dolce Gusto, no município mineiro, que produz cápsulas de café.
Em maio deste ano, a empresa anunciou o investimento de mais de R$ 500 milhões em negócios de café no Brasil até 2028. Com isso, o novo ciclo de investimentos no País no segmento totalizou R$ 1,5 bilhão entre 2024 e 2028. Parte do aporte tem foco na ampliação da capacidade produtiva da fábrica em Montes Claros, conforme noticiou o Diário do Comércio.
Atualmente, a unidade tem capacidade instalada de 1 bilhão de cápsulas por ano. Um dos atrativos da unidade é o desenvolvimento de novas combinações de ingredientes, acompanhando as preferências do público consumidor.
No anúncio desta quarta-feira (18), no segmento cafés, também está prevista a instalação de nova linha de extração de café solúvel em Araras, no interior de São Paulo. Além disso, será ampliado o parque de máquinas de bebidas da Nestlé Professional, unidade de negócios voltada ao canal Out Of Home (alimentação fora do lar) que é hoje a maior da Nestlé no mundo e deve alcançar 30 mil máquinas até o final de 2025.
Com relação aos aportes no Brasil, a companhia informou que serão direcionados à modernização industrial, inovação em categorias estratégicas, avanços em sustentabilidade e aumento de capacidades produtivas, acompanhando o crescimento da companhia no País.
O investimento de R$7 bilhões da Nestlé no Brasil entre 2025 e 2028 é superior ao volume de desembolsos no País ante o ciclo anterior, que somou R$ 6,3 bilhões.
“Praticamente todos os negócios tiveram um retorno dos investimentos de acordo com o plano inicial”, diz o presidente-executivo da companhia no País, Marcelo Melchior, em entrevista à Reuters, se referindo ao ciclo anterior de investimentos encerrado no ano passado.
“Agora é uma nova etapa…será muito mais dispersa (a aplicação dos recursos)”, acrescenta, citando como exemplos desembolsos em tecnologia da informação, produtos e novas linhas de produção.
O Brasil é o terceiro maior mercado da Nestlé no mundo. No ano passado, o faturamento foi de cerca de 4 bilhões de francos suíços, cerca de US$5 bilhões, perdendo apenas para Estados Unidos e China, segundo dados da companhia.
Os investimentos para o período de 2025 a 2028 contemplam diversas frentes. Na divisão de Confectionery, área que abrange os negócios de chocolates e biscoitos, em que o Brasil é o maior mercado do mundo para a Nestlé, o destaque é a ampliação da fábrica de Vila Velha (ES), com novas linhas de chocolates, bombons e chocobiscuits (combinação de biscoito com chocolate) – tecnologias que sustentam o avanço de marcas icônicas como Caribe e Serenata de Amor.
Plano anterior da Nestlé tem fábrica de ração como destaque
No plano anterior, um dos principais destaques da Nestlé foi a segunda fábrica de ração para animais de estimação do grupo no País, instalada em Vargeão (SC). A planta consumiu investimento de R$ 2,5 bilhões e deverá ser inaugurada em agosto, conforme Melchior.

Entre as vantagens da instalação, que será uma plataforma de exportação para América Latina, Estados Unidos e Europa, está a localização próxima dos produtores avícolas e suínos de Santa Catarina, o que permite que a matéria-prima, vísceras, não precise ser congelada no transporte até ela e descongelada na linha de produção, economizando custos logísticos.
Agora, além da Nestlé manter o foco na melhoria da produtividade de longo prazo dos fornecedores no Brasil de suas três principais commodities (café, cacau e leite), a empresa dá seus primeiros passos no mercado de franquias, algo inédito ao grupo suíço até a bilionária compra da controladora das chocolaterias Kopenhagen, Grupo CRM, em setembro de 2023, aprovada no ano passado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
“Por enquanto estamos mantendo (a operação) ‘stand alone’. Estamos observando e aprendendo. É um ‘know how’ bem diferente do nosso”, observa o CEO, citando a rede de 520 franqueados da CRM.
“Nem nós sabemos o potencial (do modelo de franquia) …É uma avenida nova de crescimento e estamos vendo onde podemos implementar…O céu é o limite…Poderíamos implementar em Nespresso”, diz o executivo, sem dar detalhes e se referindo à rede própria da marca de café do grupo suíço.
Melchior citou ainda que, eventualmente, o modelo de franquias poderá ser expandido até internacionalmente pela Nestlé. “É um sistema muito consolidado no Brasil e muito maduro”, destaca. (Com informações da Reuters)
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