Coronavírus

Nível máximo de alerta impede reabertura do comércio na Capital

Nível máximo de alerta impede reabertura do comércio na Capital
Crédito: Manoel Evandro

O número médio de transmissão por infectado (Rt) na Capital, que na semana passada atingiu 1,00 voltou a crescer. Na média dos últimos sete dias atingiu 1,02, demonstrando que o número de casos tende a permanecer elevado.

Esse resultado consta no 11º Boletim de Monitoramento, divulgado nesta sexta-feira (24) pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

Sem uma redução maior do nível de contágio, a ocupação de leitos para Covid continuou no nível de alerta vermelho. O percentual de ocupação de leitos de UTI Covid aumentou de 85% (boletim do último dia 17) para os atuais 87%, atingindo por alguns dias níveis acima de 90%.

As internações nas enfermarias nesse mesmo período passaram de 74% para 75%. Ambos os percentuais foram atingidos, mesmo com a disponibilização neste mês de 77 leitos UTI Covid e 258 leitos de enfermarias Covid. A parte positiva do atual quadro é que já não apresenta piora como há algumas semanas. O nível de transmissão está estável nos últimos 15 dias, contudo, gerando novos casos em patamar elevado.

Diante de tais indicadores, o termômetro da Covid-19 permaneceu, pela sétima semana consecutiva, no nível de alerta geral vermelho (máximo), o que balizou a decisão da Prefeitura por manter a cidade na fase de controle no processo de reabertura do comércio.

Dados da Secretaria Municipal da Saúde demonstraram que na quinta-feira passada, dia 17, Belo Horizonte contabilizava 13.559 casos confirmados de Coronavírus e 320 óbitos. Nessa quinta-feira, dia 23, o número de casos saltou para 16.100 e o de mortes para 417. Aumento de 18% e 30%, respectivamente, em apenas sete dias.

Mesmo não permitindo a flexibilização neste momento, a Prefeitura continuará mantendo o diálogo e a transparência na mesa de negociações com as entidades representativas dos diversos setores econômicos. Uma nova reunião com Abrasel e CDL-BH será agendada para a próxima semana, quando a Prefeitura apresentará uma avaliação da proposta do nível de leitos para liberação da abertura e das fases indicadas por essas entidades.

“É importante reforçar que não bastam os leitos como critério de abertura, uma vez que, desde 15 de maio, tem se monitorado também a velocidade de transmissão do vírus (Rt) – outro determinante para o processo de reabertura”, disse o secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis.

Segundo Reis, as entidades trouxeram um outro plano como alternativa ao que já havia sido construído juntamente com as próprias entidades e outras há mais dois meses. Encontros com representantes de outras atividades econômicas que ainda não retomaram também estão na pauta da Prefeitura, que busca alternativas e soluções de acordo com a realidade de cada segmento e respectivas regras sanitárias que viabilizem o seu funcionamento.

De acordo com o secretário de Planejamento, desde o início da pandemia, a administração municipal se pautou na construção coletiva de propostas, mas com o cronograma de reabertura sempre baseado no acompanhamento dos indicadores epidemiológicos.

“Sabemos e entendemos a angústia de todos os setores impactados pela pandemia, e vamos auxiliá-los no momento certo para a retomada, mas, agora, a Prefeitura tem como prioridade a vida. Nas negociações para reabertura, a CDL sempre utiliza como exemplo de sucesso os casos de São Paulo, que tem taxa de óbito cinco vezes maior que a Belo Horizonte, ou do Rio de Janeiro, que contabiliza sete vezes mais mortos que nossa cidade. Não podemos abrir a qualquer custo, colocando em risco a vida de centenas de belo-horizontinos e de trabalhadores do setor comercial. Se a entidade não se importa com a vida dos trabalhadores do setor, a Prefeitura se importa”, disse o secretário.

No comparativo de mortalidades, Belo Horizonte possui 15,8 mortos por 100 mil habitantes, a menor taxa entre as grandes capitais, conforme pode ser acompanhado no gráfico abaixo:

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, não se pode considerar que a expansão de leitos por si só proporcione flexibilizações nas atividades econômicas porque o descontrole na expansão da doença é sempre muito superior à capacidade de expansão da atenção à saúde, considerando leitos, profissionais e insumos.

“A vontade da Prefeitura é que toda a cidade estivesse aberta e em funcionamento pleno. Porém, a atual situação da pandemia, de curva ascendente de casos e óbitos pela Covid-19, impede a reabertura de serviços não essenciais. Os índices de ocupação de leitos de UTI e enfermaria seguem altos, mas com novas aberturas e a contribuição da população com o isolamento, conseguimos ter uma pequena redução nos últimos dias. Os atendimentos nas unidades de Urgência e Emergência da Rede SUS-BH e no SAMU aumentaram neste mês. No momento atual, a Prefeitura implanta mais medidas de prevenção e assistência, porém a cidade deve permanecer na fase de controle para que sigamos tendo melhoras nos resultados”, afirma Jackson Machado.

Além disso, ele explica que abrir o comércio pode sinalizar à população que a epidemia está sob controle, quando o número de casos está muito alto ainda.

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