Economia

Nova associação das mineradoras de ferro aposta em mais diálogo

Nova associação das mineradoras de ferro aposta em mais diálogo
Crédito: Daniel Mansur

Há alguns anos já se fala na adoção de práticas mais responsáveis para a mineração, mas parece ter sido a partir dos rompimentos das barragens de rejeitos de minério de ferro, em Mariana e Brumadinho, que empresas e governos intensificaram os esforços que alinhem, de fato, desenvolvimento econômico e desenvolvimento sustentável.

É também com essa premissa que acaba de ser criada a Associação das Mineradoras de Ferro do Brasil (AMF). Guiada pela Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas (ONU) e pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a AMF estabeleceu como compromisso maior a ampliação do diálogo do setor com a sociedade.

Com mais de 40 empresas associadas, distribuídas entre sete diferentes estados da federação, a associação está sediada em Belo Horizonte e possui escritório de apoio em Brasília (DF), em vistas de manter a interlocução com a União e parlamentares no que tange às pautas nacionais. O presidente da AMF é João Alberto Paixão Lages, do Grupo Minerar, que reconhece as falhas do passado e os fortes reflexos destas na mineração.

“Somos jovens empresários com atuação no setor e entendemos que falta diálogo, muitas vezes até entre os próprios agentes da sociedade. Queremos dar voz às boas práticas já existentes nas empresas e assumimos o compromisso de fazer uma mineração mais sustentável”, adiantou.

Para isso, já durante o evento de lançamento da associação, que contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a entidade apresentou uma carta com o compromisso firme de evoluir rumo à mineração de ferro sustentável e contribuir com o aumento da qualidade de vida, da geração de riqueza para todos e da proteção dos ecossistemas.

“Nossos associados estão comprometidos com o esforço de melhoria contínua da nossa indústria, numa busca constante das melhores técnicas e práticas produtivas; com o atendimento à legislação; com a relação com as comunidades e demais atores sociais, incluindo os poderes constituídos, os órgãos ambientais e reguladores; com os fornecedores e empregados. Tudo isso amparado em uma proposta de diálogo aberto, transparente e permanente com toda a sociedade”, diz trecho do documento.

A carta diz ainda que o setor conhece sua importância socioeconômica, bem como as muitas oportunidades de melhorias que tem pela frente, em todos os segmentos associados à operação. E também destaca que os pilares de ações a serem adotados pelas mineradoras associadas para melhorar seus indicadores de sustentabilidade estarão focados nos 17 ODS e nos Planos de Implementação específicos, com metas robustas e auditáveis.

“Nossa associação se une à crença mundialmente compartilhada de que ‘a indústria de mineração tem uma oportunidade, sem precedentes, de mobilizar recursos humanos, físicos, tecnológicos e financeiros para promover o avanço dos ODS’. Assumimos o compromisso público de estar abertos ao diálogo e atuar com o firme propósito de fazer cada vez mais e melhor. Evoluir rumo à mineração de ferro sustentável, entendendo de forma inequívoca que, sem a participação social, não alcançaremos os desafiadores objetivos que almejamos”, conclui o documento.

Entidade também quer enaltecer a importância do minério de ferro para a sociedade

Ainda de acordo com o presidente da AMF, além do compromisso de fazer a diferença, a entidade também vai buscar conscientizar as pessoas sobre a importância da mineração e mostrar o que já é feito pelas mineradoras em relação a práticas ambientais e sociais, por exemplo.

Segundo ele, as empresas de minério de ferro preservam mais do que degradam. Por lei, são obrigadas a fazer compensações de três a cinco vezes maiores que as áreas atingidas pela atividade. Além disso, com a exaustão dos recursos, ainda há a obrigação do fechamento de mina, que inclui a recuperação da área degradada.

“Também vale dizer que a atividade está presente, segundo o MapBiomas, em apenas 0,02% do território nacional. Ou seja, existe muito alarde e um ataque descabido ao setor no Brasil”, reclamou.

Por fim, Lages fala das contribuições das empresas para a diversificação econômica dos municípios mineradores e do Estado como um todo. Conforme ele, isso é feito, primeiramente, de forma direta, por meio do pagamento de impostos, cujos recursos podem ser utilizados para o fomento de outras atividades. E também como parceiros das atividades em desenvolvimento.

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