Economia

Nova Lima lidera renda média no País, aponta estudo da FGV

Valor médio apurado na cidade, famosa por abrigar condomínios de alto padrão, é de R$ 8.897, conforme levantamento
Nova Lima lidera renda média no País, aponta estudo da FGV
Os diversos condomínios residenciais de alto padrão atraem pessoas com renda acima da média para Nova Lima | Crédito: Divulgação

Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é novamente o município com maior renda média em Minas Gerais e no País, segundo o levantamento  “Mapa da Riqueza no Brasil”, da Fundação Getulio Vargas (FGV) Social, divulgado ontem. O estudo mapeia fluxos de renda e estoques de ativos dos mais ricos brasileiros a partir do último Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) disponível, que é o de 2020.

A renda média na cidade famosa por abrigar condomínios de alto padrão é de R$ 8.897. “Isso não é uma novidade e vem acontecendo, pelo menos, desde 2018”, frisa o economista Marcelo Neri, responsável pelo estudo. Em 2019, o valor da renda média no município foi de R$ 7.270.

Nesta edição da pesquisa, entre os 5.570 municípios brasileiros, a segunda posição no ranking da renda média foi de Aporé, em Goiás (R$ 8.109), seguido por Nova Alvorada, no Rio Grande do Sul (R$ 6.150). A quarta posição foi ocupada por Santana de Parnaíba, em São Paulo (R$ 5.791), em seguida está São Caetano do Sul, na Grande São Paulo (R$ 4.698), que se destaca pelo maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro há algumas décadas.

Em Nova Lima, 32,93% da população declaram Imposto de Renda, percentual superior ao de Belo Horizonte (26,03%), cuja renda média foi de R$ 2.952, ocupando o segundo lugar no Estado, seguido pelo município de Itaúna, na região Central do Estado (R$ 2.581).

Considerando dados somente declarantes do imposto, a renda média em Nova Lima é de R$ 27.017, com patrimônio líquido médio de R$ 1.442.584. Na análise que leva em conta somente os municípios com mais de 50 mil habitantes, Nova Lima, com população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 97.378, mantém a primeira posição no País, o que muda é a colocação dos municípios seguintes, com o segundo lugar ocupado por Santana do Parnaíba, seguido por São Caetano do Sul.

O estudo da FGV Social também analisou os impactos da pandemia com base na variação de real renda observada entre 2019 e 2020. “O que foi constatado é que mesmo com o auxílio emergencial que preservou a renda dos mais pobres, a desigualdade não caiu em 2020, como se acreditava. Isso porque o ganho da classe média brasileira teve desempenho muito pior que o dos mais ricos”, analisa Neri.

O economista destaca que a maior variação de renda entre 2019 e 2020, dentre os 19 municípios mais ricos e maiores, foi encontrada em Nova Lima (22,38%), o que aprofunda a posição de liderança de renda. A menor variação foi observada no município de São Paulo (-12,83%).

O ganho de renda foi verificado em locais influenciados pela alta do preço das commodities bem como de atividades de agropecuária e mineração. “Em Nova Lima, o que se verifica é a concentração de pessoas com alta renda que procuram o município para morar em um dos diversos condomínios, ainda tem como o atrativo ser a sede da Fundação Dom Cabral e contar uma atividade econômica relevante, como é a mineração”, diz.

DF é destaque entre unidades da Federação

O levantamento do “Mapa da Riqueza do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, também mostra dados das 27 unidades da Federação. A que está no topo do ranking de renda média é o Distrito Federal (R$ 3.148), seguido por São Paulo (R$ 2.093) e Rio de Janeiro (R$ 1.754). Minas Gerais ocupou a 9ª posição com renda média de R$ 1.153. Considerando a renda média dos declarantes do Imposto de Renda, o Estado passa para o 8º lugar (R$8.194). O valor da renda média contabilizado em Minas foi menor que a média do país: R$1.310. No outro extremo do ranking estão estados da região Nordeste e Norte, como Maranhão e Pará.

Segundo cálculo da FGV Social sobre os dados de rendimentos declarados no Imposto de Renda divididos pelo total da população por habitante entre as capitais, Florianópolis, com R$ 4.215 mensais, mantém liderança desde 2019. São Paulo que ocupava a segunda posição em 2019 cai para quarta em 2020 (R$ 3.542), sendo ultrapassada por Porto Alegre (R$ 3.775), que passa a ser a segunda mais rica e Vitória (R$ 3.736), a terceira. A hegemonia Sul-Sudeste é nítida com as capitais ocupando as primeiras posições. Com renda média de R$ 2.952, Belo Horizonte ficou em sétimo lugar entre as capitais.

Conforme o estudo, mais de 80% da população não fez a declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) em 24 das 27 unidades no País e em 16 das 27 capitais brasileiras em 2020, o que indica que a maioria das pessoas nessas localidades tinha renda inferior a R$ 2.000. Por outro lado, alguns bolsões do país têm ganho médio próximo de R$ 40.000. É o caso do Lago Sul, no Distrito Federal, onde a renda mensal é de R$ 39.535 entre os declarantes do IRPF. O levantamento também mostra que São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, é a cidade com maior proporção de declarantes do IRPF, com 43,87% da população. 

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