Economia

Nova Serrana amplia geração de empregos, mas enfrenta escassez de mão de obra

Com saldo de 2.794 vagas formais até maio, município aposta em políticas de habitação, qualificação e atração de trabalhadores para sustentar o ritmo de crescimento econômico
Nova Serrana amplia geração de empregos, mas enfrenta escassez de mão de obra
Foto: Marina Mello

O município de Nova Serrana, no Centro-oeste mineiro, tem sido um dos grandes polos de geração de empregos em Minas Gerais. Segundo dados do Novo Caged, somente entre janeiro e maio deste ano, houve um saldo de 2.794 vagas formais abertas. O cenário significa uma alta de 25,6% na geração de empregos em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Para a prefeitura do município, o aumento de oportunidades é resultado direto de ações articuladas entre poder público, setor produtivo e entidades locais. Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Agnaldo Cabral, o crescimento da oferta de empregos está associado a medidas que buscam equilibrar a geração de vagas e a fixação de mão de obra qualificada no município. “A cidade continua atraindo empresas, mas enfrentamos um desafio que é a escassez de trabalhadores, especialmente no setor calçadista”, afirma.

Falta da mão de obra é desafio em Nova Serrana

Com a plena geração de empregos, Nova Serrana sofre com a falta de mão de obra. Esse aspecto foi apontado pelo Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), como uma das causas da retração de quase 5% no desempenho do setor calçadista no primeiro trimestre deste ano quando comparado ao mesmo período do ano passado. 

Assim, para enfrentar essa lacuna, a prefeitura aposta em políticas integradas que vão desde a intermediação de vagas até a ampliação do acesso à moradia. Cabral destaca o programa ‘Emprega Nova Serrana’, que conecta empresas a profissionais de diversas regiões. A iniciativa visa reduzir o tempo entre a abertura das vagas e a contratação efetiva. “Temos trabalhado para que as empresas encontrem rapidamente os profissionais de que precisam”, diz.

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Outra frente é o investimento em projetos habitacionais voltados para a população de baixa renda. “Estamos criando condições para que trabalhadores e suas famílias se fixem na cidade. Isso inclui moradia, acesso à educação, saúde e segurança”, afirma o secretário.

Segundo Agnaldo Cabral, a cidade também tem ampliado serviços públicos para acompanhar o crescimento populacional. “Modernizamos as unidades do CRAS, ampliamos a oferta de educação em tempo integral e estendemos o funcionamento de quatro UBSs até às 20h para atender melhor os trabalhadores”, destaca.

Combate à retração do setor calçadista

Outra parte do resultado negativo registrado pelo setor calçadista no primeiro trimestre desse ano pode ser justificado também pela queda nas vendas do varejo no final de 2024. “Isso reflete no desempenho do início do ano, porque o lojista deixa de repor seus estoques”, explica o presidente do Sindinova, Rodrigo Martins.

Nesse sentido, Cabral explica que as empresas estão adotando novas estratégias para retomar as vendas e reaquecer a economia local. “As empresas estão investindo em automação e e-commerce. Algumas já atuam em marketplaces como Shopee e Shein”, esclarece Cabral.

Ele acrescenta que o setor calçadista, carro-chefe da economia local, também tem buscado a internacionalização. “Com apoio da Prefeitura, do Sindinova e da CDL, estamos promovendo missões empresariais, incentivando exportações e buscando acesso a novos mercados.”

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