Novas tarifas equiparam preço do gás de Minas com SP

Antigo pleito do setor industrial mineiro, as novas tarifas e resoluções pertinentes ao serviço de distribuição de gás canalizado, publicadas pelo governo do Estado nesta semana, permitiram que o preço do gás natural em Minas Gerais chegasse aos patamares praticados em São Paulo. Historicamente, os valores do Estado eram, em média, 15% superiores ao do mercado paulista.
De acordo com o presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), Pedro Magalhães, com múltiplos esforços, pela primeira vez, em 31 anos, foi possível equiparar os preços. “Desde o início do ano estamos trabalhando nesta pauta. As reduções ocorreram de ponta a ponta, a começar pela redução de gastos internos da estatal à celebração de novos contratos com a Petrobras”, comentou.
As melhorias nas condições de pagamento, que estão sendo repassadas aos clientes da Gasmig, são consequência de negociações feitas entre a concessionária e a Petrobras, fornecedora do gás natural.
Com a renovação dos contratos com as distribuidoras estaduais no fim do ano passado, a partir de uma nova fórmula metodológica, foi possível reduzir os custos, em 10%, em média, sobre o contrato anterior, dependendo do preço do petróleo e da taxa de câmbio.
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A renegociação faz parte do programa “Novo Mercado de Gás”, do governo federal. Neste sentido, Magalhães explicou que mesmo com o reajuste trimestral, a baixa no preço real determinará o comportamento dos valores daqui para frente, principalmente no comparativo com outras unidades da Federação.
Dessa maneira, a redução do preço deverá impulsionar, inclusive, o consumo, já que com os valores mais competitivos, o combustível torna-se mais atrativo para as empresas.
Logo da chegada da pandemia de Covid-19 ao Estado e a implementação de medidas de distanciamento social, incluindo a restrição de funcionamento de muitas atividades econômicas, o consumo caiu, em média, 30%. Porém, com a redução da curva epidemiológica e a retomada de muitos setores, em agosto já foi possível reduzir esta queda para 6% – sempre em relação aos patamares anteriores à pandemia.
“O volume já está aumentando, com o aquecimento econômico. Agora com o aumento da competitividade, possivelmente se eleverá ainda mais”, apostou.
Parcelamento – Mesmo com os déficits, a avaliação da Gasmig e do governo do Estado é de que a companhia tem condições de repassar a diminuição dos custos e ainda se sustentar financeiramente durante a pandemia. Por isso, além das reduções, os clientes adimplentes contam com condições de parcelamento de suas faturas dos meses de março, abril e maio, sem cobrança de encargos.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) liderou as negociações junto ao governo do Estado, em vistas de garantir os repasses dos descontos aos consumidores industriais mineiros. Em maio houve uma redução média de 12% e agora em agosto novas tarifas e resoluções.
“O governo foi sensível aos pleitos da indústria. Com essa redução vamos ganhar competitividade para as nossas exportações, para a produção local, fazendo a diferença. É mais uma ação exitosa do governo de Minas”, celebrou o presidente da entidade, Flávio Roscoe.
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