Economia

Novo destino da Pampulha

Com a expectativa de que toda a guarnição da Força Aérea e suas instalações junto ao Aeroporto da Pampulha sejam transferidas para Lagoa Santa ainda neste mês, começa um novo capítulo na história que vem se arrastando desde 2005, quando o então Departamento de Aviação Civil transferiu para Confins todos os voos comerciais de longa distância. No entendimento que prevalece, a Pampulha não tem condições técnicas e de segurança para operações com aeronaves de porte médio ou grande e ao mesmo tempo é necessário robustecer as operações em Confins, recentemente ampliado.

Nessa polêmica questão existem evidentemente argumentos contra e a favor. No primeiro grupo estão os que apontam, principalmente, a falta de segurança para operações regulares na Pampulha e, simultaneamente, assinalam o adensamento populacional no entorno do aeroporto e o desconforto e risco para esta população. Quem defende posição contrária nega esses argumentos, apontando que aeronaves modernas são mais seguras e silenciosas. Além disso, apontam a conveniência de um aeroporto mais próximo do centro da cidade, a ser utilizado de forma limitada, possivelmente com a operação de uma espécie de ponte aérea ligando Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

A Infraero, dona e operadora do terminal, insiste nessa tese e se mobiliza para que ela prevaleça, enquanto a BH Airport assinala que não existe movimento para sustentar dois terminais tão próximos e alega que haveria uma quebra de contrato, além de comprometimento dos investimentos que realizou. Seja como for, com o fechamento das instalações militares anexas à Pampulha o fim dessa história parece estar mais próximo, tudo fazendo crer que a Pampulha, que em 2002 recebeu três milhões de passageiros e uma média de 243 voos por dia, será mesmo dedicado exclusivamente à aviação regional e executiva.

Esta conclusão, se verdadeira, leva a uma outra questão, igualmente de alto interesse para a população do entorno, na realidade para toda a Belo Horizonte. Estamos falando da ocupação dos 258 mil metros quadrados de terreno que serão desocupados e sua melhor destinação. Também este aspecto merece cuidado e atenção. Fala-se na construção de dois centros comerciais, que seriam espécie de âncoras para a construção de prédios residenciais e destinados a escritórios. Muito provavelmente um bom negócio para a Infraero, dona desse grande terreno, mas é preciso que seja também um bom negócio, e inteligente, para a cidade, sendo suficiente lembrar a proximidade com a lagoa da Pampulha, espécie de santuário da arquitetura brasileira.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Desde já é preciso ressaltar que todo cuidado será pouco e que bons resultados virão do comprometimento da própria Infraero, da cobrança e do acompanhamento da população de Belo Horizonte.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas