Novos rumos agradam construção civil do Minha Casa Minha Vida

As sinalizações emitidas pelos novos ocupantes dos ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os rumos do programa habitacional Minha Casa Minha Vida são uma injeção de ânimo para o setor de construção civil, mas não garantem revisão imediata de projeções, afirmou ontem (4) o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins.
Na véspera, o novo ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, prometeu que sua equipe vai começar a trabalhar “imediatamente” em uma reconstrução do programa habitacional e comentou que há “10 bilhões de reais assegurados para 2023”.
“É uma mudança de humor, com melhora nas perspectivas. Nosso produto é de longo prazo e a pior coisa que pode existir no nosso setor é não termos expectativa”, disse Martins em entrevista à Reuters.
“Mas realmente vai dar efeito prático em 2024”, acrescentou, explicando que os R$ 10 bilhões serão usados no segmento do Minha Casa Minha Vida operado apenas com recursos do Tesouro Nacional e que foi praticamente paralisado durante o governo de Jair Bolsonaro.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Martins afirmou que o início da construção dos primeiros novos projetos do programa após a retomada pode ocorrer apenas a partir do segundo semestre. “Não tem como começar hoje. Não existiram novos projetos durante o governo Bolsonaro”, disse o presidente da Cbic.
Segundo ele, o governo anterior retomou parte de obras de 220 mil unidades habitacionais paradas no governo de Dilma Rousseff, sem haver novos empreendimentos. Com isso, “não há agora projeto novo em carteira”, afirmou. “Cerca de 40% das empresas que atuavam no programa habitacional quebraram e as que sobraram foram para outros segmentos. Tem que trazer as empresas de volta, dar tranquilidade, confiança”, completou.
Durante a cerimônia de posse na véspera, o ministro afirmou que o Brasil tem um déficit habitacional de 5,9 milhões de moradias e que o Minha Casa Minha Vida, criado em 2009, contratou 4,2 milhões de residências até 2016. O programa foi substituído em 2020, no governo de Jair Bolsonaro, pelo Casa Verde e Amarela, que não decolou.
O Minha Casa Minha Vida como um todo já representou cerca de 75% do mercado imobiliário residencial brasileiro, segundo o presidente da Cbic. Atualmente, o programa tem uma fatia em torno de 50%.
Ouça a rádio de Minas