Número de loteamentos vendidos cai mas o VGV tem aumento de 7% no Estado
Apesar da queda no número de loteamentos comercializados no primeiro semestre de 2025 em Minas Gerais em comparação com o mesmo período do ano passado, o Valor Geral de Vendas (VGV) registrou aumento de 7%, segundo levantamento realizado pela Brain Inteligência Estratégica. O cenário é explicado pela busca por lotes em condomínios fechados na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que possuem um tíquete médio mais alto do que em outros locais.
“Nós tivemos uma queda de lançamentos do volume de unidades de 28%, comparando o primeiro semestre de 2024, quando lançamos 5.274 unidades; e com o primeiro semestre de 2025, quando lançamos 3.755. Comparando, o VGV teve um acréscimo de 7%. Foi de R$ 1,365 bilhão em 2024, para R$ 1,459 bilhão”, explicou o presidente da Associação das Empresas de Mercado de Loteamento e Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais (Aelo-MG), Gustavo Amorim. No primeiro semestre foram vendidas mais de 4 mil unidades.
A expectativa da entidade é de que, na segunda metade do ano, os números apresentem uma melhora considerável, principalmente no terceiro trimestre. Contudo, a associação destaca que é necessário que o ambiente regulatório favoreça a previsibilidade e estimule o mercado para novos projetos como forma de evitar que haja uma desconformidade entre a oferta e a demanda.
O aumento na busca por condomínios fechados na Grande BH se deve a uma busca por qualidade de vida e segurança. A estimativa é de que nos próximos meses surjam novos empreendimentos deste modelo nos municípios de Lagoa Santa, Vespasiano e Nova Lima. Neste último, o Residencial Águas, na região da Lagoa dos Ingleses, representou uma parcela considerável do VGV deste segundo trimestre.
A diminuição na quantidade de lançamentos, apontou Amorim, se deve a questões burocráticas em meio a mudanças políticas, já que os prefeitos recém-empossados buscam indicar novos funcionários, o que torna o licenciamento mais moroso, mas que, com o tempo, o cenário tende a retomar a normalidade.
O estudo foi encomendado pela Aelo-MG junto do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e da Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato de Habitação (CMI/Secovi-MG), e foi feito com municípios responsáveis por 41% da população mineira.
Bairros planejados
A estimativa do presidente da Aelo-MG aponta para novos lançamentos efetivados no terceiro trimestre e que, além dos condomínios fechados, há uma busca por bairros planejados, sustentáveis, integrados e que valorizem o convívio. “Essa é uma transformação positiva, que precisa ser acompanhada com políticas públicas que incentivem o desenvolvimento ordenado”, destaca.
O déficit habitacional, que no Brasil é de quase 6 milhões de moradias, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), o menor da história, e a busca por primeiras moradias aumentam a demanda do mercado.
“Nós acreditamos ainda numa demanda muito grande em desenvolvimento imobiliário por causa não só de condomínios fechados, mas de uma demanda constante por primeiras moradias por causa do déficit habitacional. A pauta da segurança sempre é latente. O pessoal quer morar em bairros mais estruturados, com mais segurança, com mais qualidade de vida também”, disse Amorim.
Os dados da pesquisa apontam que, entre os dois primeiros trimestres deste ano, houve um aumento na busca por loteamentos abertos de 8% para 53%.
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