O futuro é humano

Alessandra Alkmim*

Segundo a futurista Edie Weiner em seu livro “Future Think”, não vivemos uma era de mudanças, mas sim uma mudança de era – a chamada Era Templosion, que é a junção das palavras tempo e implosão e que significa: transformações muito grandes acontecendo e sendo atualizadas em curto espaço de tempo.
Pensando em mudanças exponenciais e nos seus impactos na humanidade, o tema central do Fórum ABRH Minas Gerais 2023 é um convite para uma reflexão:

O futuro é humano. E se o futuro é humano, preparem-se para a era da humanidade aumentada!
É como se uma “nova espécie” – ou melhor, “novos humanos”, começassem a habitar o planeta – mas humanos aumentados em nível de consciência, em comportamento, em transformação digital e em nível de expansão de entendimento sobre o caos onde estão inseridos, sobre a importância do seu papel no planeta, sobre os desafios globais e sobre si mesmo.

Chegou o tempo em que é fundamental deixar aflorar o verdadeiro humano, mesmo sabendo que ele possui mais erros e dificuldades, e que às vezes produz menos do que a máquina. porém, será uma escolha pelo direito de ser: humano.

Patch Adams já dizia: “Quando somos humanizados, somos gentis, amáveis, caridosos e não somos nocivos”.

Seremos humanos melhores nesse admirável mundo que se descortina à nossa frente? Para aqueles que se adaptaram às mudanças que foram impostas pela pandemia e ampliaram a sua consciência evolutiva, sem dúvida serão. e na mesma velocidade em que precisamos nos adaptar, será necessário visão sistêmica, como guia para (re)agirmos.

A partir de agora se torna necessário e urgente que façamos um esforço coletivo e consciente para viver a contradição e a incerteza do momento atual, se quisermos sobreviver em um mundo que se tornou excessivamente ansioso, frágil, não linear e incompreensível.

Aqueles que entenderem as regras desse novo contexto de mundo terão a força e a vontade de quebrá-las, uma a uma, impulsionando assim a inovação e a reinvenção humana.

Lançar um olhar diferente sob a humanidade contribui para a mudança de mentalidade, de cultura e de relações sociais dentro das organizações. Um novo olhar que seja capaz de enxergar o etarismo, as vulnerabilidades humanas e com uma cultura de diversidade e inclusão sólida, de respeito ao indíviduo como ser humano e suas particularidades.

Que possamos abraçar as mudanças com entusiasmo, antifragilidade e muita coragem para lutarmos por futuros sustentáveis, diversos e inclusivos.

Chegou a hora de enxergarmos o futuro a partir de uma humanidade aumentada, já que ele exigirá de nós a capacidade de nos adaptarmos em cenários de incerteza e de extrema complexidade.

E para fechar, uma frase de Leonardo da Vinci: “De tempos em tempos a humanidade passa por um sfumato – período onde a vida fica turva, nebulosa, sem chão e sem respostas – mas se você tiver musculatura para se sentar nesse lugar de incerteza, o que se revelará depois pode ser humanamente extraordinário”.

*Diretora de inovação da ABRH-MG