Obras do Anel Rodoviário têm investimento previsto de R$ 1,5 bilhão

O pacote de obras em oito pontos do Anel Rodoviário de Belo Horizonte com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi anunciado na sexta-feira (18) pelo prefeito da capital mineira, Fuad Noman (PSD). O investimento estimado é de R$ 1,5 bilhão.
O Executivo municipal ficará responsável pelos projetos e execução das obras, que contemplam a construção de oito viadutos e o alargamento dos já existentes, além de passarelas e alças viárias. A previsão para o início das intervenções é 2024, com a licitação dos projetos executivos em janeiro e o início de algumas obras ainda no começo do ano que vem.
Para os projetos executivos estão previstos inicialmente R$ 35 milhões. Noman explica que os recursos do governo federal serão liberados a cada apresentação dos projetos. As intervenções no Anel Rodoviário foram solicitadas pelo prefeito em diversas reuniões em Brasília com integrantes do governo federal.
Para ele, o Anel Rodoviário é o principal problema de mobilidade urbana de Belo Horizonte. “Quem usa o Anel diariamente sabe da grande dificuldade que é transitar por aquela via, que é um misto de urbana e rodoviária”, destaca o prefeito. De acordo com dados da Polícia Militar Rodoviária, somente no ano passado foram registrados cerca de 730 acidentes com vítimas no Anel Rodoviário, resultando em 60 mortes.
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O chefe do Executivo municipal lembra que a luta por melhorias na via, com modernização e reforma, tem mais de 20 anos, sendo a obra cara e complexa. O Anel Rodoviário Celso Mello Azevedo foi construído no início da década de 1960, com o objetivo de desafogar o tráfego de carga que crescia e passava pela região central da Capital. Entretanto, teve seu uso modificado, em especial, por conta do crescimento populacional da Região Metropolitana de Belo Horizonte e se tornou um dos corredores de trânsito urbano mais movimentados do município.
Com 26,2 quilômetros de extensão, o Anel Rodoviário começa na união das rodovias BR-262 e BR-381, na altura dos bairros Goiânia e Nazaré, na região Nordeste, e termina no encontro das rodovias BR-040 e BR-356, no bairro Olhos d’Água, na região Oeste.
A rodovia recebe diariamente 130 mil veículos em toda sua extensão, que cruza algumas das principais vias de Belo Horizonte, como as avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Carlos Luz (Catalão), Pedro II, Via Expressa e Amazonas.
O prefeito destaca que o conjunto de obras vai melhorar o trânsito não só da via, mas de outros importantes corredores da Capital. “Não é uma obra que será feita rapidamente porque é complexa, com vários projetos, e não consigo fazer as obras nos oito viadutos ao mesmo tempo. Vamos fazer um depois, outro”, diz.
Ele confirma que as intervenções vão incluir desapropriações que serão feitas com muito cuidado. “Temos feito um trabalho com a Justiça, com o objetivo de evitar conflitos judiciais”, diz. O chefe do Executivo municipal acrescentou que estão sendo viabilizadas várias outras obras pela cidade e destacou que os recursos do Banco Mundial para o Corredor Amazonas, que inclui melhorias na região da Cabana do Pai Tomás, na região Oeste da Capital, já foram contratados junto ao Banco Mundial (Bird) e que o projeto está avançado.
Durante a coletiva, o prefeito falou sobre a relação com o atual governo federal, avaliada como muito boa, ainda mais quando comparada com o antecessor. “Nos quatro anos passados, do último governo, não fomos recebidos nenhuma vez por nenhum ministro e não tivemos um centavo do governo federal para nada. Nos primeiros sete meses deste ano, eu falei com seis ministros e vários secretários nacionais, todos os pleitos que apresentamos ao governo federal têm sido olhados e atendidos dentro das possibilidades”, diz.
Saiba quais são as obras do Anel Rodoviário
Entre as obras previstas em oito pontos do Anel Rodoviário de Belo Horizonte está o viaduto da BR-040 sobre o Anel, com previsão de início em abril do próximo ano, com novas alças viárias e implantação de novo viaduto.
Outra intervenção é a do viaduto sobre a avenida Amazonas, que contempla alargamento do já existente, além da implantação de dois novos, alças e passarela. As obras devem começar em setembro de 2024.
Há ainda obras que envolvem o viaduto sobre a avenida Presidente Antônio Carlos, com alargamento, alça e passarela, que também devem ser iniciadas em setembro do próximo ano.
A licitação do projeto executivo do pontilhão ferroviário do bairro Betânia deve acontecer em janeiro de 2024 e prevê alargamento do viaduto já existente, além da implantação de um novo, alças e passarelas.
Também com previsão de licitação de projeto executivo em janeiro do ano que vem, estão previstas obras no viaduto sobre a avenida Tereza Cristina, com alargamento do viaduto existente, implantação de novo viaduto, alças e passarela.
No mesmo mês de 2024 deve acontecer a licitação do projeto executivo do viaduto da Praça São Vicente, que envolve a implantação de quatro novos viadutos e alças viárias.
No viaduto sobre a avenida Pedro II, as intervenções contemplam dois novos viadutos e alças viárias. Na avenida Cristiano Machado está previsto o alargamento de viaduto existente e implantação de um novo. Em ambas as obras, a licitação do projeto executivo deve acontecer em janeiro do próximo ano.

Área de escape
Durante a coletiva de imprensa, o prefeito Fuad Noman (PSD) falou sobre a importância da área de escape do Anel Rodoviário e ressaltou a necessidade de outras áreas. “Dentro desse projeto também tem uma nova área de escape”, diz.
Conforme informações da Prefeitura, a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), BHTrans e a Secretaria de Obras já estudam a possibilidade de elaborar um projeto executivo para, posteriormente, licitar a construção de uma segunda área de escape.
Em seu primeiro ano de existência, a área de escape do Anel Rodoviário de Belo Horizonte já evitou 22 potenciais acidentes em um dos trechos mais perigosos da rodovia. Dentre eles, nove envolviam veículos pesados como caminhões, carretas, ônibus e até um guindaste.
Mesmo o Anel Rodoviário sendo de responsabilidade do governo federal, o poder público municipal investiu cerca de R$ 3,5 milhões na elaboração do projeto e na execução das intervenções. A construção foi autorizada depois de um convênio assinado entre a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A área fica no trecho entre a BR-040 e o trevo do Betânia, a poucos metros do acesso ao Buritis. As obras duraram nove meses. (JG)
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