Obras do Rodoanel Metropolitano devem ser iniciadas em 2023 e concluídas até 2027

Ao custo de R$ 4,5 bilhões, o Rodoanel Metropolitano, que promete desafogar o trânsito no Anel Rodoviário de Belo Horizonte e consolidar-se como mais uma importante via de escoamento de Minas Gerais, deverá ter a concorrência de parceria público-privada (PPP) iniciada ainda no primeiro semestre. Porém, as obras de construção só devem ocorrer a partir de 2023 e serem finalizadas entre 2026 e 2027, períodos em que será iniciada a cobrança de pedágio.
De acordo com o secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato, como se trata de obra construída do zero, à medida que as alças forem sendo liberadas, haverá a cobrança pela utilização, que ocorrerá no sistema proporcional ao uso. E que, conforme ele, trata-se de modelo inédito no País.
“Será a primeira rodovia do País 100% no chamado sistema free-flow, de fluxo livre. Não vai haver praças de pedágio. A cobrança vai ser feita por meio de tags ou aplicativo. Ou seja, a primeira rodovia que os usuários pagarão pelo tanto que usarem. Trata-se de uma tendência, inclusive o governo federal e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) vem tendendo implementar o modelo e o primeiro será no Rodoanel”, explicou.
O pedágio deve ter como base R$ 0,28 centavos por quilômetro, podendo variar os preços cheios de cada alça, de acordo com suas extensões. Ao todo, o anel viário terá 100 quilômetros – dos quais 17 km compreendidos pela alça Sul, 13,28 km alça Sudoeste, 25,8 alça Oeste e 43,9 a alça Norte – sendo o entroncamento entre três rodovias principais que cortam o Estado, as BRs-381, 040 e 262.
Marcato lembrou ainda que para as intervenções estão previstos R$ 4,5 bilhões em investimentos, dos quais R$ 3,5 bilhões serão provenientes do acordo de R$ 37,68 bilhões entre a Vale e o Estado assinado na última semana para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da companhia em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O restante, R$ 1,5 bilhão, virá das tarifas cobradas pela vencedora da PPP, que será responsável pela implantação, operação e manutenção da rodovia. A concessão terá duração de 30 anos.
Em relação às desapropriações, o secretário informou que está prevista a retirada de 200 famílias de Betim e Contagem (RMBH) ou o equivalente a 3,5 mil imóveis, para a construção da via, ao custo de R$ 1,2 bilhão. “Esta é uma preocupação muito séria e já temos a verba reservada para este fim. Além disso, temos discutido constantemente com os prefeitos das onze cidades da região metropolitana que serão impactadas pela rodovia”, contou.
Resultados -São grandes as apostas do governo do Estado no projeto, que, na prática, vai reduzir o fluxo no Anel Rodoviário que corta a capital mineira, com a premissa de que os caminhões que passam pela região não precisem transitar dentro de Belo Horizonte.
A estimativa é de que quando a via estiver 100% concluída, 5 mil caminhões sejam retirados do Anel diariamente, reduzindo não apenas o número de acidentes, mas também o tempo de viagem tanto para veículos de carga quanto para automóveis em geral.
Segundo o governo de Minas, está prevista também a diminuição dos custos de carga e escoamento, gerando maior competitividade dos produtos mineiros, bem como um incremento de 7% a 13% no Produto Interno Bruto (PIB) da RMBH em 10 anos, e na produtividade de 0,8% a 1,3% no mesmo período. A via deve gerar 10 mil postos de trabalho durante a fase de construção.
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