Setor de obras industriais espera crescimento de 10% a 12% em 4 anos

O segmento de obras industriais deve movimentar no País cerca de R$ 80 bilhões por ano. Desse montante, a expectativa é que Minas Gerais movimentou cerca de R$ 15 bilhões nos últimos quatro anos, alavancado pelos setores de mineração, energia, logística, alimentos, siderurgia e o agronegócio. A estimativa foi feita pelo presidente da Câmara de Obras Industriais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Ilso José de Oliveira.
De acordo com o dirigente, no ano passado, o setor apresentou um crescimento médio de 12,5% nas atividades que abrangem nova implantação, ampliação ou manutenção das indústrias existentes. “Em Minas Gerais, sob a gestão do governador Romeu Zema, houve um incremento na quantidade de indústrias que vieram para o Estado e as que ampliaram ou fizeram melhorias em suas plantas. Tivemos um número de projetos aprovados no Estado, que agora passa por um processo bem mais ágil e dinâmico para sua liberação. Com isso, estamos bastante otimistas, acreditando em projetos novos vindo para o Estado e as indústrias retomando os investimentos nos próximos cinco anos”, projetou.
Mesmo com a pandemia, os projetos das obras industriais não foram paralisados em Minas Gerais, o que veio se consolidando nos anos seguintes, com a continuidade das obras, ainda que em uma escala menor. Segundo Oliveira, mesmo que o ritmo tenha sido reduzido em função das restrições de convivência com outras pessoas na época, o gargalo no período foi a perda de rentabilidade, pois os custos dos insumos se elevaram muito, o que acabou refletindo diretamente na rentabilidade das empresas nos anos seguintes.
Falta de mão de obra desafia o setor
De acordo com o presidente da câmara da Fiemg, a estimativa é que o setor gera, por ano, cerca de 800 mil postos de trabalho formais no País e que Minas Gerais seja responsável por algo entre 80 mil e 110 mil empregos desse montante. “Ano passado tivemos um desempenho relativo, algo em torno de 12%. Acreditamos que no Estado temos cerca de 80 a 100 empresas que atuam no segmento de obras industriais, o que implica em um grande número de empregos gerados nos canteiros”, afirmou.
Porém, Oliveira alerta para o principal gargalo do setor, que é a falta de mão de obra especializada para atuar na implantação, ampliação ou manutenção das indústrias existentes. “As obras industriais sempre demandam por muitas pessoas para o trabalho, mas existe uma grande deficiência de pessoal especializado para atuar mercado. Cenário observado em todo o País”, avaliou.
Ele disse que em Minas Gerais houve uma evolução nas etapas de aprovação e licenciamento dos projetos que, além de ganho de credibilidade pelas ações do Estado, esse é um dos motivos pelo qual os investidores são atraídos e faz com o número de obras industriais cresça. “Em uma obra industrial trabalham cerca de 3 mil pessoas (do início ao fim) e um projeto de médio porte leva, em média, três anos, do início até a entrada em operação. Um de maior porte pode levar até cinco anos para operar”, explicou.
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