Economia

Ocupação dos hotéis não deve ultrapassar 50% na Capital durante o Carnaval

Ocupação dos hotéis não deve ultrapassar 50% na Capital durante o Carnaval
Ano passado foi registrado o pior desempenho em um período de dez anos para a rede hoteleira em Belo Horizonte, segundo a Abih-MG | Foto: Filó Alves

A ocupação dos hotéis mudou completamente com a chegada da pandemia da Covid-19, em março de 2020. E a recuperação ainda não é a palavra que expressa o dia a dia do setor. Sem o Carnaval de rua de Belo Horizonte, que há alguns anos se consolidava e dava fôlego aos negócios, o setor não deve alcançar a ocupação de 80% a 100% da rede hoteleira do município vista no último Carnaval com festividades tradicionais.

Pelo contrário, as reservas no período neste ano devem chegar ao patamar máximo de 50%, conforme estima a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG). Essa projeção considera os números de 2021, quando a ocupação ficou próximo do nível esperado para 2022.

De acordo com o presidente da entidade, Guilherme Sanson, essa é uma grande perda para o setor, que, recentemente, também sofreu com a onda da variante Ômicron, o que gerou uma nova estagnação no setor. Um certo alívio, contudo, é esperado nas cidades históricas de Minas Gerais e do interior, que devem ter uma ocupação de 84% nos dias de carnaval deste ano.

Pandemia e futuro do setor

Ainda em relação à pandemia da Covid-19, a Abih-MG comemorou o recuo da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte em sua exigência de apresentação de testes negativos na entrada de eventos realizados na capital mineira, além do comprovante de vacinação.

“A decisão anunciada é uma conquista para o setor. Sabemos que ainda estamos na pandemia e vamos continuar exigindo os protocolos sanitários, fazendo aferição de temperatura, exigindo uso de máscara e álcool, distanciamento entre as pessoas e afins. O teste realmente inviabiliza a realização do evento, pois ele é muito caro. Não é só ir e fazer, o valor é alto e mexe com o orçamento”, considerou a Associação.

Diante do cenário atual, a expectativa do setor é operar com 75% da capacidade hoteleira neste primeiro semestre do ano e, já a partir de agosto, com 100% da rede, reflexo do que está sendo trabalhado pela rede hoteleira de todo o país.

Ocupação e dados

Em todo o ano, é esperada uma taxa média de ocupação de 48% na rede de hotéis belo-horizontina e do entorno. Já nos demais municípios do Estado, a taxa estimada é de 65%. Durante o último mês de dezembro, a taxa em Belo Horizonte ficou em 54,71%, ainda conforme dados da Abih-MG.

O ano de 2020 representou o pior desempenho em um período de dez anos, quando a taxa não ultrapassou a média de 32,65% na Grande Belo Horizonte. Para se ter ideia da gravidade da situação, apenas nos dez primeiros dias de 2021 o índice de ocupação ficou em 32%.

Naquele mesmo ano, 60% dos empregados do setor foram demitidos na capital mineira. Vale destacar, ainda, que a média de receita por quarto disponível (RevPAR, do inglês revenue per available room), que demonstra o valor que um estabelecimento ganha por quarto, ficou em R$ 71,38 também em 2020, o menor valor registrado em uma década.

Consumidor é contra a celebração neste ano, diz FCDL

O Carnaval sempre foi uma das datas mais aguardadas pelos brasileiros. Contudo, a pandemia de Covid-19, que se estende por mais um ano, fez com que muitas capitais e cidades do interior cancelassem seus blocos e suas programações.

Diante desse cenário, um levantamento realizado na primeira quinzena de fevereiro, pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL-MG), apontou que 82,1% dos mineiros são contra a realização do Carnaval neste ano. Outros 15,4% disseram que são indiferentes à celebração e apenas 2,6% são favoráveis.

De acordo com o economista da FCDL-MG, Vinicius Carlos Silva, entre as principais justificativas para esse resultado estão a incerteza provocada pela pandemia, com o surgimento da variante Ômicron, e a cautela com o cenário econômico que, por sua vez, se mostra instável e impacta diretamente na confiança da população.

“Não à toa, a pesquisa também demonstrou que 79,5% dos entrevistados pretendem ficar em casa para se proteger e, ao mesmo tempo, economizar. Outros 17,9% irão continuar trabalhando e 2,6% irão fazer pequenas viagens para o interior de Minas Gerais ou outro estado”, complementa Vinicius Carlos.

Feriado ou não? – Outra questão abordada pelo levantamento da FCDL-MG foi a respeito do funcionamento das empresas durante o Carnaval. Alguns municípios, entre eles Belo Horizonte, decretaram que o período não será feriado e que, portanto, comércio e demais atividades podem funcionar normalmente.

Diante disso, 38,5% dos entrevistados não têm certeza se irão trabalhar, pois acreditam que ainda não está claro o suficiente que as empresas irão funcionar normalmente no período de carnaval.

Do total de entrevistados, 33,3% afirmaram que irão trabalhar e 28,2% não irão. “A única certeza que os entrevistados mostraram foi que a informação oficial referente à folga do dia ainda não está clara e está demorando sua decisão. Isso impede a realização de programações e cria insatisfação dos consumidores”, ressalta o economista da FCDL-MG.

Outras datas – Com o intuito de antecipar as intenções futuras dos entrevistados, a pesquisa apurou que 18,2% dos mineiros preferem aguardar e investir, de uma maneira diferenciada, na comemoração do Réveillon. 14,3% vão esperar o Natal, enquanto 11,7% não estão propícios a celebrar/comemorar nenhuma data.

Dia das Mães vem em seguida com 10,4% da preferência. Páscoa e Festa junina (São João) aparecem com 7,8% cada, e férias escolares e Dia das Crianças com 6,5%. Outras datas, entre elas Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Finais de semana, não tiveram destaque sozinhas, mas juntas somam 16,7%.

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