OPINIÃO COM INOVAÇÃO | Nem só de unicórnios vivem as startups. Conheça o fenômeno Zebras

O mundo da inovação e empreendedorismo é realmente dinâmico. Até o ano de 2017, sonhávamos quando teríamos uma startup unicórnio tupiniquim. Vale sempre lembrar que uma startup é considerada unicórnio quando atinge o valor de US$ 1 bilhão, antes mesmo de ter feito seu IPO (capital aberto em bolsa de valores).
Em 2018, o aplicativo de transportes 99 tornou-se oficialmente o primeiro unicórnio brasileiro, após a Didi Chuxing – considerada a “Uber chinesa” – assumir o controle.
Foi um marco para o ecossistema brasileiro, uma conquista bastante laureada pelo mercado de empreendedorismo e inovação.
Mas, apesar de toda a parte sexy que gira em torno das startups unicórnios, que já são 11 aqui no Brasil, com potencial de outras virem à torna-se em breve, um grupo de empreendedores críticos ao modelo destas startups alega que não irá se sustentar por muito tempo, inclusive acreditam em uma bolha que está prestes a estourar.
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Startups unicórnios dependem de investimento de alto risco, geralmente liderados por venture capital, em que grandes conglomerados investem altos valores, para que sejam multiplicados o máximo possível em um curto período de tempo. Inclusive os contratos já têm prazos para a saída dos investidores do negócio.
O que muita gente não entende – e realmente não é muito claro – é que vários dos gigantes unicórnios não dão lucro, e sabe-se lá se um dia dará! Podemos citar big players como; Uber, Spotify, WeWork e Nubank, que faturam bilhões.
Na contramão deste movimento glamuroso, eis que surgem as startups Zebras. O movimento Zebras Unite (Zebras Unidas) surgiu no USA em 2017, buscando valorizar um número maior de empresas, evitando assim a concentração e pulverizando as rodadas de investimentos.
No manifesto Zebras Unite afirma-se a necessidade de buscar modelos alternativos, que equilibrem lucro e propósito, defendendo a democracia e disseminação de poder e recursos. É realmente uma causa mais inclusiva de investimentos, negócios e sociedade.
As startups consideradas Zebras buscam ser mais sustentáveis, trabalhar com o Triple Bottom Line, o tripé da sustentabilidade. Não só o impacto financeiro é importante, resultados ambientais e sociais também são aferidos e valorizados proporcionalmente.
Outro fator importante é a colaboração. O modelo Startup Zebra não cabe competição acirrada. Assim como no reino animal, as zebras andam sempre em coletivo para se protegerem dos predadores.
É sobre muito mais colaborar do que competir. Aqui, não é dinheiro por dinheiro, o coletivo e responsabilidade social é de suma importância!
As Zebras são geralmente menos lucrativas, mas contam com potencial promissor a longo prazo, principalmente na seara de impacto social. Não obstante, nada impede o crescimento do negócio, muito pelo ao contrário, crescem com mais liquidez.
Por sinal, as Zebras são saudáveis e rentáveis, geralmente empregam mais e são a grande maioria das empresas no mundo.
A bem da verdade, é que não existe dicotomia entre Unicórnios e Zebras. Assim como no reino animal, ou mesmo no reino da fantasia, há espaço para todos.
O ecossistema agradece, os negócios e a sociedade também.
O futuro é agora!
Até a próxima.
Bruno de Lacerda.
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