Otimismo impera no setor de vestuário em Belo Horizonte

As lojas de roupas de Belo Horizonte apresentam um clima de otimismo para este final de ano. Em uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) neste ano, o vestuário ocupou a quarta posição das intenções de compras na Black Friday, com 14% dos consumidores. No ano anterior, eles foram o segundo no ranking, com 30%. Isso tem explicação e não tira o entusiasmo do setor.
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, ressalta que esse resultado só foi possível porque, durante a Black Friday do ano passado, as pessoas estavam passando por um processo de retomada da vida social; como nesse ano tudo já está normalizado, o índice foi menor. Mesmo assim, a pesquisa de movimentação pré-Black Friday apontou para uma liderança do comércio de roupas nas vendas, com 35%. A tendência é que esse desempenho se mantenha até o Natal.
Sócio-administrador da loja SAK Modas, Samer Kaddoura espera que esse mês de dezembro possa ser o melhor dos últimos quatro anos e estima um crescimento de 30% em comparação com dezembro de 2021. “As nossas expectativas são criadas de acordo com o que já foi o ano até aqui”, explica Kaddoura.
Outro lojista que também possui grandes expectativas para esse final de ano é Luciano Dacasa, dono de uma loja oficial do Cruzeiro. Ele destaca a performance da torcida durante o período de dificuldade do clube e também na pandemia. “Tanto a campanha de sócio torcedor ou qualquer indicador que você pegar dentro clube, a torcida está ‘performando’ muito bem. Então, é claro que nas lojas esse cenário não será diferente e a expectativa é muito boa”, relata.
Dacasa também analisou os efeitos da boa campanha do time cruzeirense, campeão da Série B deste ano, na relação entre o clube e sua torcida e nas vendas da loja: “Se ano passado foi bom, muito bom, a expectativa desse ano é de ser melhor ainda”..
On-line
Segundo a CDL/BH, o consumidor tem realizado suas compras neste ano visando promoções, aquisição de itens de desejo pessoal e a substituição de um determinado produto por outro de uma versão mais nova.
Já no caso dos lojistas, para atrair mais clientes, eles vêm buscando conciliar a loja física com presença no ambiente digital, oferecendo descontos especiais, atendimento qualificado e atrativos para reter o consumidor na loja física. Afinal, a internet é o principal meio de pesquisa por promoções dos consumidores para efetivar uma compra e lá o cliente tem “sido fisgado”. Além disso, o presidente da CDL/BH afirma que muitos comerciantes que precisaram fechar as portas em função da pandemia acabaram adaptando seus negócios para a internet.
Estratégias
Kaddoura conta que a SAK busca trabalhar com peças de valores mais acessíveis, levando em conta a atual situação financeira de seus clientes. Já Dacasa ressalta a importância de um trabalho conjunto com os fornecedores para atender à demanda e esclarece que até houve falta de materiais por causa da grande procura.
Marcelo de Souza e Silva relata ainda que uma pesquisa da CDL/BH sobre as contratações temporárias revelou que os lojistas da Capital estão mais tímidos para realizar novas contratações. Por outro lado, a pesquisa apontou que as chances de efetivação estão em bons níveis – cerca de 40% dos funcionários podem ser efetivados após o período de festividades.
Quanto às contratações, Luciano Dacasa afirma que já contratou alguns funcionários como freelancers para o trabalho no final do ano e pretende reforçar ainda mais até a véspera de Natal. Para ele, o perfil indicado é ser uma pessoa com ritmo e com um pouco de experiência para trabalhar em um ambiente de loja cheia.
Kaddoura também revela que está contratando novos funcionários para esse final de ano, mas ressalta que a loja não costuma contratar pensando apenas nos últimos meses do ano e, sim, na permanência do funcionário.
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