Com impacto da energia elétrica, IPCA-15 aumenta 0,54% na RMBH em outubro

Em outubro de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação, apresentou um aumento de 0,54% na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), índice igual ao registrado no País.
A energia elétrica residencial teve o maior impacto no índice e, com isso, o indicador para a RMBH foi o quinto maior resultado mensal entre as 11 áreas pesquisadas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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A energia elétrica residencial, item que pertence ao grupo habitação, subiu 3,78% em Belo Horizonte em outubro, por conta da implementação da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que começou no dia 1º. Ainda neste grupo, se destacaram os aumentos do gás de botijão, com alta de 2,61% e o aluguel residencial, com elevação de 0,44%.
Confira os grupos que apresentaram inflação na RMBH
- Habitação (1,56%),
- Alimentação e Bebidas (1,13%),
- Despesas Pessoais (0,48%),
- Vestuário (0,46%),
- Comunicação (0,40%),
- Saúde e Cuidados Pessoais (0,29%),
- Educação (0,14%),
- e Artigos de residência (0,01%).
- O grupo Transportes, por sua vez, apresentou deflação (-0,29%).
Para o economista-chefe do BDMG, Izak Carlos da Silva, a RMBH performou em linha com a inflação observada no Brasil. “Essa variação foi puxada pela bandeira 2 de energia elétrica, mas tivemos uma inflação de alimentos e bebidas que foi bastante forte em outubro”, avalia.
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No segmento de alimentação e bebidas houve alguns aumentos em destaque, como a laranja-lima (18,89%), a laranja-pera (14,19%), o óleo de soja (8,87%), o café moído (6,82%), as carnes (5,57%) e o leite longa vida (1,64%).
Por outro lado, o preço da banana-prata caiu 18,64% e provocou o maior impacto individual negativo no índice geral. Ainda foram registradas quedas em produtos como manga (-20,03%), cebola (-18,81%) e mamão (-17,03%).
O resultado do grupo de transportes (-0,29%) foi influenciado principalmente pela queda do ônibus urbano (-3,62%), em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população, no dia das eleições municipais.
Por sua vez, a passagem aérea teve retração de 5,10% e a gasolina redução de 0,74%. Entretanto, ainda neste grupo, aumentaram índices como: conserto de automóvel (1,37%) e do automóvel usado (0,89%).
Na avaliação do economista, nos últimos meses é possível observar uma inflação ‘climática’, mais relacionada com a oferta do que com a demanda. “Estamos observando um aumento do nível de preços associado ao encarecimento das condições de oferta. A energia elétrica está mais cara e acaba sendo repassada para todos os produtos e isso gera mais inflação. O mesmo com os combustíveis, que têm efeito transversal e acaba pesando na inflação. Foram quase seis meses sem chuvas na RMBH que também tem efeito sobre alimentos e bebidas”, explica Silva.
Variação acumulada da inflação
No acumulado de 12 meses a variação da inflação foi de 6,04% na RMBH, o maior resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa, enquanto no Brasil o índice foi de 4,47%.
“Quando olhamos para o acumulado em 12 meses, a Região Metropolitana de Belo Horizonte continua com uma inflação que é a maior do País, entre todas as regiões metropolitanas. Com esse resultado, a Região Metropolitana de Belo Horizonte tem o índice de preços mais elevado do País, o que puxa, em grande parte, os índices de preços para cima”, avaliou.
Veja os índices das 10 principais regiões metropolitanas que puxaram a inflação para cima
- Goiânia 1,07%
- Curitiba 0,63%
- São Paulo 0,61%
- Rio de Janeiro 0,60%
- Belo Horizonte 0,54%
- Fortaleza 0,52%
- Brasília 0,51%
- Belém 0,43%
- Recife 0,37%
- Salvador 0,28%
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