Pacote da Caixa pode dar fôlego à construção civil

O pacote de crédito anunciado pela Caixa na última quinta-feira (28) promete dar novo fôlego à construção civil e ao mercado imobiliário, que vêm sofrendo os impactos da corrosão da renda dos brasileiros nos últimos anos. Os setores, que têm ajudado a puxar para cima o Produto Interno Bruto (PIB), viram seus custos crescer para além dos 30% nos últimos 18 meses, o que motivou uma série de medidas para pessoas físicas e jurídicas pela instituição bancária.
Na avaliação do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Renato Michel, a atitude da Caixa ocorreu no sentido de auxiliar não apenas as empresas, mas principalmente as famílias a manterem vivo o sonho da casa própria. Como consequência, o mercado poderá continuar operando e liderando a geração de empregos em todo o País.
“Com o aumento generalizado dos preços por influência mundial, o poder de compra das famílias caiu bastante, já que os salários não acompanharam a inflação. A medida vem para amenizar um pouco isso; sozinha não resolve, mas já é um alento. O mercado vê com bons olhos e otimismo porque é um sinal claro da importância do setor para a economia nacional. E vai poder continuar nessa trajetória virtuosa”, disse.
Entre as medidas anunciadas pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, está a abertura de uma linha de financiamento para aquisição, construção ou reforma de imóveis comerciais para clientes pessoa jurídica. Há ainda a desburocratização para a tomada de crédito com o corte pela metade da quantidade de documentos exigidos.
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O banco federal também vai prorrogar a taxa promocional das contratações da modalidade Poupança Caixa, com recursos SBPE, para pessoa jurídica; vai ampliar a linha de apoio à produção para PJ, com o banco passando a financiar empreendimentos com doação de terreno por um ente público.
Para pessoa física, as novas contratações de crédito imobiliário, com recursos SBPE, terão um período de carência de até seis meses no financiamento de imóveis, tanto novos quanto usados, nas linhas com recursos da poupança. A regra em vigor até então não previa carência.
Crédito para o mercado imobiliário
O presidente do Sinduscon-MG comentou que com o aumento da taxa básica de juros (Selic), torna-se inevitável o encarecimento e a escassez do crédito. Porém, as empresas, principalmente as maiores, têm condições de minimizar esse impacto, diferentemente dos consumidores. Por isso, reforça, “o benefício maior será para o comprador”.
“Não adianta produzir se o mercado não absorver. O estoque de oferta, sabemos, é baixo. Mas se as pessoas tiverem dificuldade ao acesso, o sonho fica cada vez mais distante. O País quer aproximar as pessoas da casa própria e não distanciar. A Caixa só consegue fazer isso, porque tem apresentado resultados substanciais. A instituição vai diminuir os spreads e alongar os prazos em prol do mercado e do consumidor. É uma visão de longo prazo. Não adianta ganhar dinheiro só agora e esgotar o potencial. Porque lá na frente o mercado vai morrer”, disse.
Por fim, Michel lembrou que a redução dos juros e da burocracia também reflete no preço do imóvel, já que os processos encarecem os imóveis e acaba tendo que ser repassado para o cliente. E que já basta a pressão nos preços dos materiais. Segundo ele, o aumento médio já chega a 51%, puxado principalmente por aço, cimento e outros insumos do setor cotados internacionalmente. “As medidas visam reequilibrar o mercado, pois em um ano e meio os imóveis ficaram um terço mais caros”, finalizou.
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