Economia

País amarga quarto ano de perdas

São Paulo – O volume de serviços do Brasil surpreendeu e avançou em dezembro, mas ainda assim recuou em 2018 e registrou o quarto ano seguido de perdas, com destaque para a queda nas atividades de serviços profissionais e administrativos. Em dezembro, o volume registrou avanço de 0,2% na comparação com o mês anterior, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve queda de 0,2%. As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuos de 0,1% na comparação mensal e de 0,8% na base anual.

No ano passado, o setor de serviços do Brasil apresentou recuo de 0,1%, após quedas de 2,8% em 2017 e de 5% e 3,6% respectivamente em 2016 e 2015. As perdas acumuladas nesse período foram de 11,1%.

O setor de serviços vai na contramão dos resultados da indústria e do varejo, que cresceram em 2018, em um ano que foi marcado por uma recuperação morna da economia e pela greve dos caminhoneiros, em meio à retomada lenta do mercado de trabalho.

No ano passado, o destaque foi a perda de 1,9% em serviços profissionais, administrativos e complementares, pressionados segundo o IBGE pela retração na receita vinda dos segmentos de atividades de cobranças e informações cadastrais, de soluções de pagamentos eletrônicos, de serviços de engenharia e de vigilância e segurança privada.

Segundo o gerente da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo, esse resultado “tem a ver com o momento desfavorável da economia como um todo, já que, em uma contenção de gastos, as empresas costumam dispensar esse tipo de serviço”.

A outra atividade a apresentar perdas em 2018 foi a de serviços de informação e comunicação, de 0,5%, diante da menor receita recebida pelas empresas do ramo de telecomunicações.
Em dezembro, por sua vez, apenas o ramo de serviços de informação e comunicação cresceu na comparação com o mês anterior, a uma taxa de 0,2%.

A persistência do cenário de inflação e juros baixos tende a estimular o consumo e deve ajudar neste ano o setor de serviços, cuja confiança apurada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou alta em janeiro, e a economia como um todo. (Reuters)

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