Economia

Pandemia deixa mais de 40% dos bares e restaurantes de Minas com restrições no SPC ou Serasa

Pandemia deixa mais de 40% dos bares e restaurantes de Minas com restrições no SPC ou Serasa
Crédito: Divulgação

As restrições provocadas pela pandemia da Covid-19 no funcionamento de bares e restaurantes trouxe impactos econômicos severos para o setor. Com o faturamento em queda desde março do ano passado, muitas empresas não estão conseguindo arcar com os compromissos financeiros e acabam acumulando dívidas.

De acordo com a mais recente pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG) sobre a situação econômica do setor de alimentação fora do lar, eventos e turismo no estado, 43,4% deles estão com alguma restrição nos órgãos de proteção ao crédito (Serasa, SPC), além de protestos em cartório.

Desses, 10,6% devem até R$ 5 mil; 19,6% entre R$ 6 mil a R$ 10 mil; 23,5% de R$ 11 mil a R$ 25 mil; 22,3% de R$ 26 mil a R$ 50 mil; 12,3% de R$ 51 mil a R$ 100 mil; e 11,7% acima de R$ 100 mil. Não fazem parte das dívidas, despesas com impostos, taxas, contas de água e luz.

Outro dado que chama atenção é o fato de que 76% dos entrevistados precisaram abrir mão do patrimônio pessoal em nome da sobrevivência da empresa.

Para o presidente da Abrasel-MG, Matheus Daniel, a burocracia e a morosidade do governo e de bancos privados na concessão de linhas de crédito contribui para agravar o quadro de inadimplência. Ele também ressalta que as ondas de flexibilizações ineficazes, como a mais recente em Belo Horizonte, que não atendeu a ampla maioria do setor, é outro fator que vem aumentando a crise do setor, o que se reflete na falência de empresas e o consequente fechamento de postos de trabalho.

Somente na capital mineira, 3500 bares e restaurantes encerraram as atividades desde o início da pandemia, deixando 30 mil pessoas desempregadas, conforme aponta associação.

“Na última flexibilização anunciada pela prefeitura, continuamos impedidos de abrir aos domingos. A liberação do funcionamento até às 19h é irrisória, principalmente para um segmento que precisa funcionar a noite, já que o horário noturno é responsável por 70% do nosso faturamento. O Poder Público não dialoga verdadeiramente com o setor e não tem ideia de como funciona um restaurante, por isso apresenta propostas inviáveis para mantermos o faturamento e quitar as dívidas. Diz que se apoia na ciência, fala que as contaminações no ambiente familiar são maiores que em ônibus, mas não permite que o setor ofereça seus serviços seguindo regras. Com isso deixa as pessoas sem opções de locais seguros para se alimentarem a qualquer hora do dia”, completa.

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