Pandemia tira 13º do bolso do belo-horizontino

Metade dos belo-horizontinos (52,38%) não contará com o benefício do 13°salário este ano, é o que aponta a pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
De acordo com o gerente da pesquisa, Eduardo Antunes, a maioria dos entrevistados não disse necessariamente o motivo exato pelo qual não teriam acesso ao benefício. “Muitos não eram necessariamente os chefes de família, outros disseram que já haviam recebido o 13° salário devido à pandemia e outros estavam desempregados ou estavam no trabalho informal, o que também não teriam acesso ao benefício”, esclarece.
Outros 35% dos entrevistados disseram que o destino principal do dinheiro será para o pagamento das dívidas. Segundo Antunes, para os belo-horizontinos, que estão com as dívidas atrasadas, o recurso extra ajudará a colocar as contas em dia. “Será um momento para colocar todas as dívidas em normalidade. Seja as contas fixas como as extras para começar o novo ano sem contas a pagar. Além disso, o ano começa com outras dívidas como IPTU, IPVA, material escolar e matrícula nas escolas”, acrescenta.
A pesquisa do Ipead aponta que 23% das pessoas irão guardar o dinheiro para gastar em outros fins. “Para essas pessoas, a ideia é planejar antes de gastar. Fazer uma programação para que o gasto não seja por impulso”, justifica o economista.
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Mas, o que surpreendeu, neste ano, foi a posição do quarto lugar: para muitos, viajar (10%) será o gasto principal empenhado para o 13° salário. “Para muitos, viajar, descansar, sair um pouco de casa e conhecer outros lugares será fundamental após esse período de pandemia. As pessoas ficaram por mais de um ano e meio dentro de casa com muitas restrições e com o avanço da vacinação e o aumento da flexibilização este será o maior investimento para o benefício de fim de ano para o serviço de bens e consumo”, explica o pesquisador Eduardo Antunes.
Índice de Confiança do Consumidor
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) está em 34,84%%, o que demonstra pessimismo por parte dos consumidores em Belo Horizonte. Segundo o gerente de pesquisa do Ipead, da UFMG, Eduardo Antunes, esse pessimismo está crescente devido à situação econômica e política do País.
“O desemprego alto, a inflação elevada, e o aumento praticamente semanal do combustível têm gerado uma insegurança nos consumidores, o que resulta neste pessimismo”, explica o economista.
O pesquisador alerta ainda a respeito da inflação, que também está impactando diretamente na alimentação, o que faz o poder de compra do consumidor cair. “Apesar desse pessimismo e do consumidor observar que o poder de compra do salário ter diminuído, em geral, as pessoas ainda estão consumindo. Vemos isso no resultado das vendas do Dia das Mães, dos Pais e das Crianças, em que o setor varejista conquistou bons resultados”, avalia.
Antunes avalia que para o fim do ano, os consumidores, mesmo pessimistas, vão às compras. “Mesmo que essas compras sejam tímidas ou apenas lembrancinhas, não deixarão de ser feitas e movimentam o varejo e darão fôlego ao comércio após a pandemia”, complementa.
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