Panificação está otimista

Leonardo Leão
O aumento nas vendas no setor de panificação será proporcional ao investimento que cada estabelecimento fizer durante a Black Friday, segundo o Sindicato e Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão). As padarias que melhor se prepararam para este momento podem apresentar resultados mais expressivos e superar as vendas de anos anteriores.
Marcelino Rodrigues, gestor estratégico e comercial no Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria (ITPC), ressalta que as empresas atendidas alcançaram um aumento de 25% a 35% nas vendas na comparação com 2021. O gestor explicou que para chegar até esses resultados é necessário que os donos de padarias foquem na qualidade do produto, no atendimento e também no abastecimento.
Sobre o efeito que a Copa do Mundo pode ter nas vendas deste ano, o presidente da Amipão, Winícius Segantine, disse que o torneio abriu mais uma perspectiva para o consumo, já que todo jogo é uma oportunidade de consumo e, portanto, de vendas.
Por outro lado, Rodrigues pontua que a percepção de seus clientes é de que a questão política somada à proximidade do Natal possam ter diminuído a empolgação natural que a competição gera nos consumidores. Já Segantine acredita que todos esses eventos somados (Black Friday, Copa do Mundo e Natal) podem contribuir nos resultados das vendas de final de ano das padarias.
Quanto ao preço da farinha de trigo, o presidente da Amipão afirma que ainda está alta, mas “esse último aumento ainda não foi repassado ao mercado”. Ele explica que o repasse não foi feito devido à expectativa de que um acordo entre Rússia e Ucrânia e a abertura de um corredor humanitário possibilitem o escoamento de diversos produtos, incluindo o trigo, resultando em melhor abastecimento e no reequilíbrio do mercado.
O representante do ITPC reforça que o preço da farinha de trigo ainda não voltou ao que era antes do início do conflito entre Rússia e Ucrânia. Ele também destacou os efeitos dessa subida de preços na rentabilidade das empresas que não possuem uma boa gestão de custos. “As empresas que não fazem uma boa gestão de custos, uma boa gestão de gerenciamento de ficha técnica de produto não conseguem precisar adequadamente o impacto que é o aumento das matérias-primas na própria empresa, relata o gestor comercial. Rodrigues reitera que quem opta por segurar os preços pode acabar enfrentando problemas financeiros no curto prazo.“Repasse de custos tem que acontecer, todos os setores fazem”, afirma ele.
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