Economia

Exclusivo: Pão de queijo da Forno de Minas será fabricado em Portugal

Empresa já está negociando com os fornecedores para iniciar a fabricação do quitute mineiro na Europa
Exclusivo: Pão de queijo da Forno de Minas será fabricado em Portugal
Forno de Minas produz o pão de queijo e outros produtos em Contagem | Crédito: Divulgação Forno de Minas

Diretamente de Minas Gerais para o mundo. A partir de janeiro do próximo ano, o famoso pão de queijo da Forno de Minas será produzido em Portugal, por meio de uma parceria com os portugueses. A princípio, os produtos serão vendidos dentro do próprio país, mas, posteriormente, sob demanda, serão enviados para clientes do Reino Unido, Espanha, Itália e França.  

O grupo mineiro está fechando acordo com duas companhias portuguesas para um co-packing, prática comum na indústria de alimentos e bebidas, que consiste em uma espécie de terceirização da produção. Uma empresa será responsável por produzir a matéria-prima, o queijo, e a outra ficará encarregada de fabricar o item final, replicando o modelo de fabricação da Forno no Brasil.

Forno de Minas
Crédito: Divulgação Forno de Minas

As empresas parceiras adquiriram maquinários específicos com a orientação da fabricante de pão de queijo congelado, que vai supervisionar a fabricação. Insumos, como o polvilho, serão importados. Os itens fabricados terão a mesma fórmula dos que são produzidos em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), garantindo a qualidade dos produtos. 

As informações foram reveladas pelo CEO da Forno de Minas, Rodrigo Abreu, em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio. Ele destaca que este movimento de fabricar em Portugal visa voltar a atender a Europa, uma vez que, no passado, a marca vendia para clientes do continente, mas a nova legislação proibiu a exportação de produtos lácteos do Brasil para os europeus. 

Forno de Minas
Crédito: Divulgação Forno de Minas

Expansão global ainda inclui filial nos Estados Unidos 

Em janeiro, a Forno também vai inaugurar um escritório nos Estados Unidos, onde atende entre 1 mil a 1,5 mil clientes. Segundo o executivo, os americanos representam uma importante parcela nos negócios globais da empresa e a ideia é fortalecer essa relação. Um dos focos da filial será o atendimento aos nativos, mas sem deixar de lado os brasileiros que habitam no país e são clientes.

Tanto a produção em solo português quanto a estrutura nos Estados Unidos fazem parte de um robusto plano de expansão internacional da companhia, que pretende duplicar a participação no exterior no ano fiscal de 2025, iniciado agora em julho, conforme Abreu. Ele enxerga uma imensa oportunidade de crescer internacionalmente a partir do comando da canadense McCain.

Forno de Minas
Crédito: Divulgação Forno de Minas

Somente de 8% a 10% das vendas do grupo são destinadas ao mercado externo, atualmente. Excluindo brasileiros e americanos, os principais clientes da Forno de Minas estão nas Américas. No México, a empresa fechou acordo para poder comercializar os produtos, além da Starbucks, em uma grande rede de supermercados. Os itens da companhia praticamente não são encontrados apenas na Argentina e Venezuela, onde não está presente por questões macroeconômicas. 

“No mercado internacional, nosso grande foco são os Estados Unidos e a América Latina, além dessa jornada que vamos começar em Portugal, que será o nosso primeiro passo na Europa para poder levar a marca e o principal produto brasileiro hoje para outros países”, salienta o CEO.

Para Abreu, o pão de queijo é o produto que mais representa a cultura brasileira, e a mídia, o governo e a sociedade em geral devem se unir para torná-lo o item referência do Brasil no exterior, assim como é o sushi para o Japão e o taco para os mexicanos. Ele ressalta que a famosa iguaria não é da Forno e, sim, dos brasileiros, oriundo da produção familiar, e de qualidade para quem consome, sem glúten, corantes, conservantes e excesso de sal e açúcar, e com proteína. 

Ampliação do mix de produtos com foco em opções para o café da manhã e lanche da tarde

De acordo com o executivo, a Forno de Minas está em uma jornada de expansão de produtos, visando oferecer aos consumidores mais opções para o café da manhã e o lanche da tarde. Abreu explica que a estratégia é aplicada no portfólio de pão de queijo, com itens mais práticos e mais recheados, porém, a empresa também pensa em disponibilizar novas categorias. 

Forno de Minas
Crédito: Divulgação Forno de Minas

Recentemente, a companhia lançou a linha “airfryer”, composta por produtos previamente assados e que ficam prontos rapidamente, e o pão de queijo em formato de waffle. Outros lançamentos serão concretizados pelo grupo mineiro até o fim deste ano e início do próximo. 

Forno de Minas também vai expandir as operações em Contagem

Para suportar todo o progresso que vislumbra, a Forno de Minas, que já é líder no Brasil, com 49,7% das vendas de pão de queijo em supermercados, segundo a consultoria Nielsen, também planeja ampliar as operações na fábrica de Contagem, na Grande BH. Na unidade, a empresa tem capacidade produtiva instalada de 75 mil toneladas por ano. Hoje, a companhia produz pouco menos do que isso, mas terá que expandir devido aos planos agressivos que tem no mercado.

“Não posso dar muitos detalhes, mas vamos aumentar muito a nossa capacidade de produção em Contagem. A fábrica tem capacidade de expansão e vamos, nos próximos cinco anos, crescer muito”, revela Abreu. “Estamos expandindo para liberar para novas linhas de produção. Iniciamos agora uma nova linha de waffle, que vem performando, então estamos bem atendidos, já pão de queijo começamos a ter a necessidade de ter novas linhas de produção”, completa.

Forno de Minas
Crédito: Divulgação Forno de Minas

À reportagem, o CEO ainda destaca que a empresa iniciou, neste mês, um novo ciclo de contratações. Atualmente, a marca emprega, ao todo, aproximadamente 1.300 colaboradores e, neste trimestre, deve contratar mais 100 funcionários, chegando no fim do ano a cerca de 1.500.

Forno de Minas
Crédito: Divulgação Forno de Minas

Vale ressaltar que a Forno também possui um laticínio na cidade de Conceição do Pará, no Centro-Oeste de Minas Gerais. No local, a empresa tem uma bacia leiteira, comprada diretamente de produtores rurais, e processa em torno de cinco milhões de litros por mês. O leite processado é utilizado na fabricação de queijo, posteriormente levado para a fábrica de Contagem. São cerca de 450 a 500 toneladas da matéria-prima fabricadas por mês no complexo industrial.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas