Paracatu estima investimentos privados de mais R$ 5 bi neste exercício

O ano de 2023 foi marcado por números significativos e recordes na economia de Paracatu, município do Noroeste de Minas Gerais. Entre eles, a atração de cerca de R$ 3 bilhões em investimentos privados e a abertura de 1,8 mil empresas – o maior volume para um exercício. Com isso, a cidade ultrapassou a marca de 10 mil CNPJs ativos e milhares de empregos gerados, especialmente na primeira metade do ano.

Para 2024, as expectativas também são promissoras. Segundo o secretário de Desenvolvimento da cidade, Márcio Souto, aproximadamente R$ 5 bilhões já estão previstos em projetos de diferentes empresas.

Entre eles estão:

• a nova planta de 2.500 hectares, intitulado de Projeto Luiz Carlos da Atlas Energy, que, sozinho, tem aportes estimados em R$ 4 bilhões e a geração de 2 mil empregos diretos;
• R$ 750 milhões da Kinross Brasil Mineração, voltados para melhorias no processo produtivo na planta local, com geração de 200 novos postos de trabalho;
• a ampliação da planta da Long Ping Biotecnologia, com inversões de R$ 100 milhões e a criação de 200 vagas temporárias;
• a construção do Hospital das Clínicas de Paracatu (HCP), com recursos de R$ 150 milhões e a previsão de 100 empregos na fase de construção e outros 300 na operação.

Em relação ao desempenho apurado em 2023, o secretário ressalta que foi marcado por grandes desafios, mas também por grandes realizações. Entre os destaques, o cenário político novo que, segundo ele, causou certa incerteza entre as empresas já instaladas em Paracatu e naquelas que pretendiam se instalar na cidade.

“Além disso, o clima desfavorável para a agropecuária em geral fez com que houvesse um grande desafio em atrair investimentos voltados para o setor do agronegócio. Mesmo assim, a cidade apresentou grandes realizações como o recorde na abertura de empresas”, reforça.

Diferenciais competitivos impulsionam investimentos privados em Paracatu

Além dos próprios diferenciais competitivos do município, o secretário reforça que a prefeitura possui um programa voltado para a atração de investimentos. Trata-se do Prodep, que conta com uma lei para concessão de benefícios para quem deseja investir em Paracatu.

Desde 2022, a cidade também passou a contar com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, que ficou responsável por tratar políticas de atração de investimentos, desburocratização e fomento do ambiente empreendedor, geração de emprego e renda, entre outras competências.

“Em pouco tempo e com olhar técnico, foi possível gerar muitos empregos, a ponto do município ter figurado como segunda cidade que mais gerou empregos em março de 2023 em Minas Gerais”, avalia o secretário.

O banco de talentos municipal é outro fator importante para a atração de investimentos nacionais e internacionais. Por meio dele as empresas têm acesso a profissionais qualificados, que passam por triagem e qualificação.

E o “Juro Zero”, um programa de fomento ao empreendedorismo. “Essa iniciativa paga 100% dos juros do empréstimo contraído pelo empreendedor”, resume Souto.

Indústria representa 46% da economia da cidade

Tudo isso tem alavancado a economia de Paracatu, cujo Produto Interno Bruto (PIB) somou R$ 7,199 bilhões em 2021, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação à participação dos setores naquele exercício, a indústria respondeu por 46%, comércio e serviços por 25,9%, a agropecuária por 15,7%, a administração por 7,3% e o recolhimento de impostos somou 5%.

Leia sobre a atração de investimentos em outros municípios mineiros:

• Uberaba soma R$ 5,486 bilhões de investimentos em três anos
• Montes Claros investe em infraestrutura para atrair empresas

Nexa dispensará 200 pessoas em Paracatu

Por fim, o representante do Executivo municipal classificou a paralisação das atividades de mineração no complexo Morro Agudo, da Nexa Resources, a partir de 1º de maio, como “repentina”. Em meados do mês passado, a mineradora, fruto da fusão entre a brasileira Votorantim Metais e a peruana Milpo, anunciou a medida em vistas de otimizar portfólio e buscar eficiência operacional de forma contínua, por meio da alocação disciplinada de capital.

Até 30 de abril, as atividades de mineração serão reduzidas enquanto as atividades de produção de calcário continuarão em plena capacidade. Já as atividades de calcário serão mantidas e a empresa continuará avaliando outras alternativas à unidade.

Fatores como a proximidade do final da vida útil da mina, da baixa escala e do alto custo operacional da unidade, além da queda do preço do minério de zinco no mercado internacional acentuada nos últimos anos foram determinantes para a diminuição das atividades da Nexa, na mina Morro Agudo, em Paracatu.

De acordo com Souto, cerca de 200 funcionários serão desligados. “A empresa anunciou repentinamente a paralisação de algumas partes das suas operações. O município tem trabalhado em parceria com a companhia, para que estes colaboradores sejam recolocados em empresas do grupo proprietário da Nexa, ou em empresas que estão se instalando no município e necessitam de mão de obra”, adiantou.

Já os impactos financeiros, conforme o secretário, ainda estão sendo projetados pela Secretaria Municipal de Fazenda.