Economia

Passagens aéreas disparam e pressionam inflação na Grande BH

Elevação da inflação na Grande Belo Horizonte é de caráter sazonal, especialmente em decorrência das férias escolares
Passagens aéreas disparam e pressionam inflação na Grande BH
Foto: Divulgação/BH Airport

Impulsionada pela disparada de quase 30% no preço da passagem aérea, a inflação avançou 0,22% em julho na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Os dados, referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No período, cinco dos nove grupos analisados obtiveram variações positivas, incluindo o setor de transportes (1,03%). Dentro da categoria, a passagem aérea se destacou com alta de 29,57%, provocando o maior impacto individual positivo para o índice, de 0,12 ponto percentual.

Também em destaque, o grupo despesas pessoais, que contempla atividades como hospedagem e jogos de azar (com exceção das bets), avançou 1,1% em julho – o maior aumento percentual da inflação analisada na Grande Belo Horizonte. Na sequência, os grupos saúde e cuidados pessoais (0,36%), habitação (0,18%) e educação (0,01%) também registraram alta inflacionária.

O coordenador do IPCA na RMBH, Venâncio da Mata, avalia que a elevação da inflação na RMBH é de caráter sazonal, especialmente em decorrência das férias escolares. No entanto, quando comparado a julho do ano passado (21,3%), observa-se que o crescimento no preço da passagem aérea foi o mais expressivo em 2025 na região.

Além da passagem, subgrupos como hospedagem (2,22%) e gasolina (1,92%), bastante consumidos pelas famílias no período, também apresentaram alta. “Esse resultado foi muito influenciado pela passagem aérea que causou impacto de 0,12 ponto percentual. Sem esse aumento a gente teria uma estabilidade no índice”, considera o especialista.

Alimentos ajudaram a segurar a inflação

Por outro lado, quatro grupos apresentaram deflação no mês de julho:

  • alimentação e bebidas (-0,62%)
  • vestuário (-0,52%)
  • comunicação (-0,18%)
  • artigos de residência (-0,02%)

Itens de consumo alimentar, como batata-inglesa (-22,45%), manga (-21,11%), cebola (-13,47%), alho (-11,56%) e laranja-pera (-9,85%) registraram as maiores quedas do período.

Para Da Mata, o recuo no grupo de alimentação e bebidas – com destaque para hortifrútis – ajudou a segurar o índice. O resultado, segundo ele, é importante especialmente para famílias de baixa renda que destinam uma parcela maior do orçamento à compra de alimentos e são mais sensíveis a variações nos preços.

Já a variação acumulada em 12 meses foi de 5,66% na RMBH: o maior resultado entre as áreas de abrangência da pesquisa. No Brasil, a variação mensal somou 0,26%, enquanto nos últimos 12 meses, atingiu 5,23%.

Embora não indique previsões, a bandeira vermelha de energia aplicada a partir de agosto acende o sinal de alerta para uma alavancagem da inflação ainda mais expressiva na Grande Belo Horizonte. “O Banco Central tem como meta, para nível nacional, uma inflação a 3% com teto máximo de 4,5%, e nos últimos doze meses ultrapassamos 5,6%”, conclui o coordenador.

Cinco maiores elevações de preços

  1. Passagem aérea (29,57%)
  2. Mamão (18,99%)
  3. Jogos de azar (11,17%)
  4. Banana d’água (9,61%)
  5. Banana Prata (5,79%)

Cinco maiores reduções de preços

  1. Batata-inglesa (-22,45%)
  2. Manga (-21,11%)
  3. Cebola (-13,47%)
  4. Alho (-11,56%)
  5. Laranja-pera (-9,85%)
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