Passagem mais cara eleva CUB/m² na Capital em janeiro

O aumento da passagem de ônibus em Belo Horizonte, no final do ano passado, impactou até mesmo o custo da construção civil. Relatório divulgado ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) aponta que o Custo Unitário Básico de Construção (CUB/metro quadrado) da construção subiu 0,53% na passagem de dezembro para janeiro. O principal responsável pela elevação foi o aumento de 0,82% no custo com a mão de obra, que sofreu influência principalmente do reajuste de 11% no preço da passagem do coletivo.
“O setor emprega muito, sendo que boa parte do trabalhador da construção civil tem que se deslocar por grandes distâncias. Com isso, o vale-transporte tem peso grande e reflete no custo da construção civil”, diz o economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG, Daniel Furletti. Ele explica que o valor da mão de obra é incorporado ao CUB/metro quadrado, levando-se em consideração salários e custos trabalhistas que incluem, entre outros, o custo com transporte.
Segundo Furletti, mesmo com a alta no custo da construção civil, está mantida a expectativa de crescimento do setor em 2019, que deve girar em torno de 2,5%. “O atual cenário é de recuperação, com melhoria do ambiente de negócios, bem diferente ao que vivemos em anos anteriores”, disse.
Com a elevação no CUB, o custo do metro quadrado da construção em Belo Horizonte, para o projeto-padrão, chegou a R$ 1.417,42 em janeiro, enquanto em dezembro de 2018 era de R$ 1.409,92.
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Componentes – A mão de obra é o componente com o maior peso no custo da construção e, na passagem de dezembro para janeiro, apresentou alta de 0,82%. Também puxou o indicador para o alto o aumento de 0,18% no custo do material. Custos com aluguel de equipamentos e com despesas administrativas ficaram estáveis. Quanto aos materiais, foram observados aumentos pontuais. Como há perspectiva de inflação controlada, os preços dos insumos devem manter ritmo comportado.
Em janeiro, a mão de obra representou 56,31% do CUB/metro quadrado. Em seguida, materiais de construção responderam por 39,57% e despesas administrativas/aluguel de equipamentos por 4,12%.
Já em relação aos últimos 12 meses, o CUB/metro quadrado teve alta de 6,25%. Nesse caso, os componentes mostraram as seguintes altas: mão de obra, 7,03%; aluguel de equipamentos, 6,71%; material de construção, 5,55%; e despesas administrativas, 2,69%.
Projeção – Depois de apresentar queda de 3,5% em 2015 e retração de 3,5% em 2016, o setor da construção civil teve alta de 1,1% em 2017. Para 2018, o aumento deve ficar em 1,3%, sendo que o balanço deve ser fechado na próxima semana. Para 2019, 2020 e 2021, a expectativa é de alta de 2,5% ao ano.
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