Passagens do transporte metropolitano sobem acima da inflação e vão a R$ 6,60

Os usuários do transporte público da Região Metropolitana de Belo Horizonte tiveram que desembolsar 75 centavos de real a mais hoje em cada passagem. Isso porque no primeiro dia útil de fevereiro passou a vigorar o novo preço das tarifas das linhas que ligam diversos municípios à capital mineira.
Na prática, o valor do transporte metropolitano, na maior parte das linhas, saiu de R$ 5,85 para R$ 6,60. O reajuste, nesse caso, é de 13% e está acima da inflação, que fechou o ano passado em 10,06%, conforme registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), o reajuste registrado está acima da inflação uma vez que os cálculos envolvem a recomposição de todos os custos do sistema a partir de índices inflacionários específicos para o consumo das empresas de transporte, como é o caso do óleo diesel.
Ainda segundo a pasta, a estimativa é que o reajuste injete cerca de R$ 8 milhões por mês no faturamento das empresas que fazem a ligação entre a região metropolitana e a capital.
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No entanto, os aumentos nas tarifas não significam melhorias no transporte público: “a disponibilização de mais linhas com menor espaço de tempo não tem relação com o reajuste das tarifas. Independentemente do preço das passagens, a própria dinâmica da gestão da operação pela Secretaria obriga que as concessionárias disponibilizem mais horários à medida que a demanda de passageiros aumenta”, informou a Seinfra em nota.
Empresas de transporte
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) explicou, em nota, que esse é um reajuste previsto no contrato firmado junto ao órgão gestor: a Seinfra, e reforçou que os novos preços são necessários para a manutenção da operação dos serviços prestados aos moradores dos municípios localizados na região metropolitana.
Além do reajuste no valor do diesel, o Sintram citou o salário dos motoristas e o acréscimo pago aos motoristas que cobram a passagem durante o itinerário como fatores que preponderam no atual valor.
“O Sintram entende que o aumento da tarifa não é a melhor opção para resolver a crise financeira do setor. Por isso, defende a criação de outras formas de custeio para garantir o equilíbrio financeiro dos contratos, de modo a não impactar diretamente o bolso dos passageiros. É o caso, por exemplo, dos subsídios concedidos pelo poder público e as fontes de custeio adicionais”, afirmou o Sintram.
O Sindicato apontou, ainda, que o modelo de contrato defendido já é praticado em São Paulo (SP) e Curitiba (PR), o que permite que cidadãos paguem tarifas mais baixas. Por fim, o Sintram afirmou que junto ao reajuste, em 1º de fevereiro, houve aumento de 20% no quadro de horários dos ônibus do sistema metropolitano, com o incremento de 2 mil viagens, sendo que a volta integral das linhas ocorrerá de forma gradativa e a partir de determinação da Seinfra.
Tentativa de barrar o reajuste
Diante do reajuste, o deputado estadual Alencar da Silveira Júnior (PDT), afirmou que o aumento ocorreu na “surdina”, uma vez que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais ainda estava em recesso.
Na tentativa de barrar o aumento, o deputado já apresentou nesta terça o pleito à Comissão de Transporte da Assembleia, e espera aval do jurídico para entrar com um requerimento de suspensão do aumento.
“Nós temos um problema muito sério hoje: quem está pagando é o trabalhador ou o empresário que está conseguindo manter o emprego do seu funcionário. E isso é uma maldade com a população”, afirma o deputado, que citou o congelamento dos impostos assumidos pelo município de Belo Horizonte.
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