PBH anuncia R$ 2,6 bi para obras de prevenção

A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou ontem a destinação de R$ 2,6 bilhões para ações e obras de prevenção contra riscos de desastres naturais causados pelo forte período de chuvas que já chegou à Capital. De acordo com o prefeito da cidade, Fuad Noman, são investimentos que compreendem a manutenção de bacias de detenção, desobstrução de bocas de lobos, galerias pluviais, vias, fundos de vales de córregos e a contenção de encostas.
“As ações que estamos fazendo sobre as áreas de risco e outras que terão início são para minimizar os riscos, além de garantir proteção às pessoas, de maneira que, eventualmente, não sejam novas vítimas de algum problema geológico e geotécnico. Para isso, temos trabalhado em período de seca para prevenir a chuva, de modo que esperamos contar com uma equipe de profissionais de prontidão, preparada, treinada e qualificada, com equipamentos e estruturas prontas para atuar de forma imediata, a qualquer hora que seja necessária a atuação diante do período de chuvas”, ressalta.
Dentre os investimentos, a prefeitura fez um aporte de R$ 118 milhões para 200 obras emergenciais que visam beneficiar 245 mil habitantes. Destas, 66 obras de mitigação de risco geológico foram concluídas em setembro. Outras 48 seguem em andamento. Das obras de manutenção, 27 já foram feitas e mais 15 estão em execução. Essas intervenções estão distribuídas por todas as regionais da Capital, por meio da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel). Dentro dessa verba, está incluído também o treinamento de quase mil voluntários, envio de avisos via aplicativo WhatsApp para a população e alertas pelas operadoras de TV por assinatura.
De acordo com o superintendente da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Henrique Castilho, grandes obras de prevenção de enchentes também já foram concluídas. Com um investimento de R$ 56,8 milhões via financiamento pelo Banco do Brasil, o Córrego Ressaca, na região da Pampulha, passou por ampliação da calha do canal, substituição de pontes, além da implantação de laje de fundo do canal.
Para a região da Pampulha, também foram destinados R$ 20 milhões para a construção da bacia de detenção do córrego São Francisco. A obra viabilizou a capacidade para armazenamento de um volume de 66 mil metros cúbicos, o que reduzirá os riscos de enchentes na região. Já na região do Barreiro, foram concluídas as obras do Túnel Camarões, com a implantação de duas bacias, além de obras de esgotamento sanitário e drenagem. Juntas, as novas bacias têm capacidade de conter 400 milhões de litros d’água na primeira fase. Foram investidos R$ 152 milhões com recursos próprios da PBH e do PAC. No local ainda foram investidos R$ 34,8 milhões para obras de urbanização, pavimentação, sinalização, paisagismo e iluminação.
A bacia Córrego do Nado, na região Norte de Belo Horizonte, ganhou investimentos de R$ 98 milhões com recursos repassados pelo PAC, com contrapartida do Fundo Municipal de Saneamento. Na bacia foi realizada a primeira etapa das obras de tratamento de fundo de vale e contenção de cheias com interligação do córrego do Nado e as sub-bacias Lareira e Marimbondo.
Segundo o superintendente de Desenvolvimento da Capital, esta é a primeira etapa das obras de prevenção de enchentes na região de Venda Nova. “Essas obras contemplaram o tratamento de fundo de vale e contenção de cheias da bacia do córrego do Nado, atuando nos córregos Marimbondo, no bairro Santa Mônica, e no córrego Lareira, no bairro São João Batista. A nossa expectativa é de que, ao regular as vazões dos córregos Marimbondo e Lareira, possamos melhorar a capacidade de escoamento do córrego Vilarinho”.
Em andamento, o prefeito Fuad Noman destaca as obras de otimização do sistema de macrodrenagem dos córregos Vilarinho, Nado e Ribeirão Isidoro, na região de Venda Nova. “Para essas obras, prevejo que devam ser concluídas na sua funcionalidade até o segundo semestre de 2024, ou seja, depois de 40 anos de enchentes, pode anotar, em 2024 e 2025 nós não vamos ter problemas”, declara.
Previsão
Dentre as obras previstas para acontecer, está em fase de desenvolvimento um estudo de planejamento da PBH para projetos de saneamento integrado para o afluente denominado córrego dos Joões, na região Leste. Para o projeto, que tem a conclusão prevista ainda para este ano, será destinada a verba da ordem de R$ 560 milhões por meio do Fundo Municipal de Saneamento. Enquanto isso, R$ 154 milhões serão destinados às obras de manutenção no ribeirão Pampulha, um dos principais cursos d’água na região da Pampulha.
O referido projeto já foi concluído, segundo a PBH, e está dependendo apenas da elaboração dos projetos com foco no remanejamento de redes, que serão definidos pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).
“Praticamente os pontos mais críticos em nosso planejamento, naturalmente, estão nos vales, onde ocorrem os fenômenos climáticos extremos. Eles potencializam esses alagamentos em razão do tempo. Ou seja, se nós tivermos chuvas muito intensas, muito concentradas em determinados locais de Belo Horizonte, naturalmente nós teremos riscos de alagamento e inundação”, explica Henrique Castilho.
“A prefeitura tem feito investimentos muito grandes em obras de contenção de cheias nas bacias de contenção e outras que estão para acontecer. Isso é fundamental para que nós consigamos diminuir o nível de impermeabilização de preocupação de áreas de risco de alargamento. E as obras feitas pela prefeitura têm mostrado resultados efetivos. No ano passado, tivemos muitas chuvas na nossa cidade e não tivemos inundações em várias vias importantes por conta do trabalho já realizado”, diz.
Para as chuvas deste ano, a prefeitura está contando com o monitoramento em tempo real de imagens transmitidas via satélite, além de recursos de sensores de medidores de nível de córrego e de monitoramento hidrológico. As informações já seguem sendo monitoradas por uma equipe de profissionais no Centro de Operações da PBH (COP).
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