Economia

PBH lança plataforma digital para compras de materiais de construção

Sistema, que entrou em operação na terça-feira (3), visa agilizar a aquisição dos insumos para as obras públicas
PBH lança plataforma digital para compras de materiais de construção
Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura tem um gasto médio anual de R$ 7 milhões com materiais | Crédito: Adão de Souza / PBH

As compras de material de construção por parte da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), agora, serão feitas através de uma plataforma digital. A iniciativa visa simplificar e agilizar o processo de aquisição no casos em que há dispensa de licitação.

O Executivo reuniu cerca de 110 empresas, fornecedoras de materiais de construção civil, nesta terça-feira (3), em sua sede, para apresentar o novo sistema que entrou em operação.

A plataforma funciona como uma espécie de e-commerce para a PBH – a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura escolhe itens em um marketplace, adiciona ao carrinho de compras, os fornecedores cadastrados são avisados e podem ofertar seus preços em 24h. Ao fim do prazo, o menor valor é selecionado e a compra é realizada.

O pagamento é feito em três dias úteis após a entrega, explica o secretário-adjunto Municipal de Obras e Infraestrutura, Rodrigo Matias. “Vence quem ofertar o menor valor para cada item, e não tem mais que fazer aquele procedimento licitatório que demora três, quatro, cinco, seis meses. Com sete dias úteis, a gente já tem o produto entregue e o fornecedor já recebeu”, afirma.

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Sem a necessidade de licitação para essas compras, a expectativa da PBH é que a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura consiga atender os cerca de 1,4 mil reparos de manutenção predial solicitados a cada ano, mas que atualmente não são realizados por falta de material de construção.

A PBH espera também eliminar despesas com grandes estoques, já que o novo sistema facilitará compras em menores quantidades. Como as licitações são processos em geral demorados, o poder público costuma comprar grandes quantidades de material em só uma vez, mas às vezes nem toda essa quantidade é utilizada e gera custos com sua armazenagem.

“Hoje a gente compra prevendo uma demanda de manutenção, que às vezes não acontece. E esse item fica no estoque, às vezes sem uso. Isso não vai ficar mais imobilizado”, afirma Rodrigo Matias. Ele ressalta que a facilidade para pequenas compras também favorecerá o mercado local de materiais de construção.

Muitas empresas que hoje não transacionam com a prefeitura, porque não têm condição de atender um pedido muito grande, num procedimento licitatório, vai poder, porque os pedidos vão ser em quantidades menores, serão mais frequentes durante o ano”, disse Matias. “E a empresa, num único pedido, que às vezes tem 30 itens, pode ganhar um, dois ou três (itens), porque o julgamento é por item”, completa.

Flutuação de preço dos materiais de construção motivou sistema de compras da PBH

Por ano, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura consome cerca de R$ 7 milhões na aquisição de materiais de construção. Rodrigo Matias afirma que a PBH espera uma economia de 10% a 15% por item com o novo sistema de compras, principalmente com a expansão da base de fornecedores em comparação ao encontrado em uma licitação.

Mas ele ressalta que o principal objetivo ainda é a eficiência orçamentária. “Talvez vá até gastar mais dinheiro, mais do que R$ 7 milhões, mas vamos comprar melhor. Vamos gastar mais, porque vamos atender mais demanda, com certeza, que hoje não atendemos”, disse.

Para lançar o sistema de compras, a PBH conseguiu comprovar que a variação de preço do material de construção inviabiliza compras por licitação convencional. A justificativa embasa a hipótese de contratação por credenciamento na administração pública.

A hipótese é prevista na Lei de Licitações em casos como mercados fluidos, em que a flutuação constante do valor da prestação e das condições de contratação inviabiliza a seleção de agente por meio de processo de licitação. “Em geral, mais de 95% desses itens têm variações de preços a cada bimestre. Uma licitação, no mínimo, vai durar três meses. É por isso que a gente tem muito fracasso (em licitação)”, explica.

Além disso, o sistema de compras conferirá previsibilidade ao fornecedor, que poderá ofertar o preço do dia para o produto, realizar a entrega e receber em três dias úteis. “Ele não vai precisar colocar, numa eventual proposta comercial da licitação, o custo dessa letargia da prefeitura, que demora pedir e, às vezes, demora pagar”, conclui.

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