PBH pode revisar plano de reabertura

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pode revisar o plano de reabertura da cidade, incluindo mais setores nas primeiras fases e até alterando a taxa mínima de ocupação dos leitos para Covid-19, um dos critérios de avanço da flexibilização.
Desde o fim de junho, somente as atividades essenciais estão autorizadas a funcionar. Outros setores chegaram a ser liberados por algumas semanas, mas bares, restaurantes e lojas de vestuários, por exemplo, seguem fechados há mais de quatro meses.
As mudanças foram reivindicadas pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), em reunião com parte do secretariado do prefeito Alexandre Kalil (PSD) para discutir a reabertura do comércio da capital mineira. Os membros do Comitê de Reabertura da Prefeitura ficaram de apresentar o plano – alterado ou não – até a próxima quarta-feira (29).
Participaram da reunião virtual o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cláudio Beato, o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, a secretária de Política Urbana, Maria Caldas, o secretário da Fazenda, João Antônio Fleury Teixeira, o líder da Câmara dos Vereadores, Léo Burguês, e os presidentes da Abrasel, Paulo Solmucci, e da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.
Enquanto Solmucci fez uma avaliação positiva da reunião, Silva manteve as duras críticas ao prefeito e às medidas de enfrentamento à pandemia na capital mineira, alegando que já se trata da maior quarentena do mundo. Já a PBH confirmou que uma nova reunião será agendada para a próxima semana, quando apresentará uma avaliação das propostas.
“Tivemos uma reunião proveitosa de mais duas horas, em que o resultado final foi o compromisso da Prefeitura de revisar o plano de reabertura da cidade, levando em consideração as nossas sugestões. Estamos otimistas com a possibilidade de avançar nesta direção e aguardando com ansiedade este momento tão importante da retomada”, resumiu.
Críticas – Já o presidente da CDL/BH, por meio de nota, lamentou a ausência de Kalil no encontro, questionando que assunto mais importante o prefeito teria para resolver.
“A resposta é uma só: a incapacidade de dialogar, a insensibilidade com a saúde das pessoas, com as empresas que estão morrendo, com os milhares de trabalhadores que já perderam seus empregos e com as milhares de famílias que estão sem sustento”, disse.
Silva ainda reclamou que a Prefeitura não apresentou um cronograma de criação de novos leitos nem solução para a superlotação de ônibus. “A Prefeitura não tem solução para nada. Portanto, lamentavelmente tivemos uma reunião completamente improdutiva. A Prefeitura está completamente perdida, completamente sem rumo. Não temos comando na cidade”, denunciou.
Avaliação – A PBH, por sua vez, informou que a proposta apresentada pelas entidades na última quarta-feira (22) não contempla um novo plano, mas somente uma flexibilização do plano já apresentado a elas pelo próprio Executivo, em maio.
E que as divergências entre as propostas dizem respeito principalmente aos limites de leitos para avanço na liberação das atividades. Enquanto a proposta da Abrasel e da CDL aponta 80% de ocupação como nível adequado para a abertura, a Prefeitura acredita que esse não seja um índice seguro para a população. Ainda assim, o Comitê̂ de Reabertura aceitou avaliar as mudanças.
Por fim, o líder do governo na Câmara dos Vereadores, Léo Burguês (PSL), disse que foi uma reunião importante e com data prevista para expor os resultados. Segundo ele, destaca-se também a participação de entidades de setores relevantes para a cidade na discussão da volta das atividades.
“Não adianta as pessoas ficarem só reclamando. Neste caso, as entidades entregaram suas sugestões e argumentaram sobre elas. Agora cabe ao poder público avaliar e ver o que acata ou não”, afirmou, citando como exemplo o fato de bares e restaurantes que antes não estavam contemplados em nenhuma fase de flexibilização e que, para a Abrasel, deveriam estar entre as primeiras, devido a representatividade econômica para a cidade.
Ao todo, desde o início da pandemia, aproximadamente 5 mil bares e restaurantes da Capital já fecharam as portas e as demissões podem chegar a 60 mil ainda neste mês, o que representa 50% de toda mão de obra do setor. A queda no faturamento é estimada em R$ 1 bilhão.
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