Economia

Pelo 2º mês consecutivo confiança da indústria de MG tem queda

O recuo na confiança da indústria é explicado pelo menor otimismo dos industriais para os próximos seis meses
Pelo 2º mês consecutivo confiança da indústria de MG tem queda
Índice voltou a ficar abaixo da média histórica (52,8 pontos); Icei foi o mais baixo para setembro em cinco anos, diz Fiemg | Crédito Claraboia Filmes/CNI

Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) recuou. A queda foi de 0,9 ponto entre agosto (53,1 pontos) e setembro (52,2 pontos). O recuo é explicado pelo menor otimismo da indústria mineira para os próximos seis meses. 

Calculado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), o índice voltou a ficar abaixo da média histórica (52,8 pontos). O indicador foi 10,7 pontos inferior ao computado em setembro de 2022 (62,9 pontos), sendo o mais baixo para o mês em cinco anos.

O Icei é resultado da ponderação dos índices de condições atuais e de expectativas, que variam de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam percepção de situação atual melhor em relação aos seis meses anteriores e expectativa positiva para os próximos seis meses, respectivamente.

Apesar da retração, a economista da entidade, Daniela Muniz, observa que os empresários da indústria mineira mostraram confiança pelo oitavo mês seguido, com índice acima dos 50 pontos – limite entre falta de confiança e confiança.

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“Desde o início do ano, a confiança dos industriais vem oscilando entre altas e baixas, por conta das taxas de juros ainda elevadas e também pelas indefinições relacionadas à trajetória fiscal de longo prazo do País”, diz.

Ela explica que a sustentação da confiança neste ano é fruto da melhora do ambiente macroeconômico e das perspectivas de crescimento para 2023, com um cenário de inflação mais baixa e de resiliência do mercado de trabalho.

No entanto, Daniela Muniz observa que as taxas de juros ainda estão elevadas, com efeitos negativos sobre a atividade e o crédito. Além disso, as indefinições relacionadas à trajetória fiscal de longo prazo explicam as oscilações na confiança dos empresários.

Com relação aos últimos meses do ano, ela observa que outubro e novembro são tradicionalmente os meses mais aquecidos do ano para a atividade em razão da Black Friday e das festas de fim de ano.

Composição

O componente de condições atuais do Icei teve alta de 1,5 ponto frente agosto (46,6 pontos) e marcou 48,1 pontos em setembro. O indicador mostrou, pelo 10º mês consecutivo, percepção dos empresários de piora das condições das economias do País e do Estado, bem como dos seus negócios, só que em menor intensidade.

Na comparação com setembro do ano passado (58 pontos), o índice teve queda de 9,9 pontos, sendo o menor para o mês em cinco anos.

O componente de expectativas para os próximos seis meses da indústria teve recuo de dois pontos entre agosto (56,3 pontos) e setembro (54,3 pontos). Apesar da  retração, que é a terceira consecutiva, os empresários mostraram perspectivas positivas quanto aos próximos seis meses pelo 39º mês seguido. Esse otimismo, contudo, foi menos intenso e disseminado, segundo a economista da Fiemg.

Frente setembro de 2022 (65,3 pontos), o índice diminuiu 11 pontos, e foi o mais baixo para o mês em cinco anos.

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