Pequenas empresas estão menos confiantes

Empresários mineiros de pequenos negócios seguem apreensivos com o cenário econômico e menos otimistas em relação ao curto prazo. É o que mostra a pesquisa Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon) de novembro.
A confiança do segmento ficou em 110 pontos, oito abaixo do registrado em outubro. Apesar da queda, o Iscon continua próximo ao valor de estabilidade, que é de 100 pontos, indicando uma leve tendência de melhora das atividades. A pesquisa ouviu 1.273 participantes, entre os dias 10 e 21 de outubro.
Para a analista da unidade de inteligência empresarial do Sebrae Minas, Paola La Guardia, a queda no índice é consequência da elevação da taxa de juros, da inflação e do desemprego. ‘’A busca de produtos e serviços é baixa, em muitos setores, e tudo isso complica a vida dos empresários. O que acontece é que eles ficam menos confiantes para investir em contratações. E, na via de mão dupla, acabam prejudicando a própria economia“, afirma.
De abril a agosto, o Iscon teve uma escalada de crescimento de 34 pontos, variando de 89, em abril, para 123, em agosto. Em setembro, caiu 5 pontos, chegando a 118, e se manteve em outubro. Em novembro, despencou para 110, ficando próximo do Iscon de maio (107).
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Os dois subíndices que compõem o Iscon caíram em novembro. O Índice de Situação Recente (ISR) recuou sete pontos: de 86 para 79. O Índice de Situação Esperada (ISE), que tem peso dobrado no cálculo do Iscon, diminuiu 8 pontos: de 134 para 126.
A queda no ISR indica que os empreendedores avaliaram a piora em suas atividades como mais acentuada nos últimos três meses. Já a diminuição no ISE significa que o nível de expectativa dos empresários para a atividade econômica no próximo trimestre está menos otimista, apesar de ainda acreditarem em melhora (ISE maior que 100).
Para medir o ISR e o ISE, são utilizados cinco fatores para medir a confiança; três relacionados às próprias empresas: emprego, utilização da infraestrutura e faturamento. Os outros dois fatores são: expectativa da economia mineira e condições dos negócios por ramo de atividade.
Paola La Guardia explica que o Índice de Situação Recente costuma mostrar uma visão mais pessimista de momento. Mas, por outro lado, ao falar sobre as expectativas (ISE), os empresários são otimistas. ‘’Sempre há uma visão de que as coisas vão melhorar. Este mês houve uma queda, mas o que eles dizem é que a situação econômica vai ser melhor, só que crescendo um pouco menos’’, afirmou a analista.
Setores
A Construção Civil voltou a ser o setor mais confiante em novembro, com um Iscon de 117 pontos. Em seguida estão Comércio (110), Indústria e Serviços, ambos com 109 pontos.
A Indústria, que havia apresentado crescimento na confiança em outubro, foi o setor com a maior queda no Iscon em novembro: 14 pontos. A expectativa dos empresários do setor para o próximo trimestre (ISE) caiu de forma mais significativa, de 142 para 126 pontos. A avaliação da Indústria em relação aos últimos três meses (ISR) também piorou, com uma queda de 8 pontos em relação a outubro (de 85 para 77).
O Comércio teve queda de 10 pontos no Iscon de novembro, em relação a outubro: de 119 para 110; e Serviços de 5 pontos: 115 para 109.
A Construção Civil permaneceu praticamente no mesmo nível de confiança, com elevação de 1 ponto: 116 para 117. Assim como os outros setores, o ISR da Construção Civil piorou, passando de 90 para 85, mas foi o único a apresentar crescimento no ISE: de 129 para 132.
As empresas de pequeno porte (EPP), que geralmente são as mais confiantes, tiveram a maior queda no Iscon em novembro: 16 pontos, registrando um índice de 115, menor que o das microempresas (ME), que ficou em 116 pontos. Os microempreendedores individuais (MEI) seguem como os menos confiantes, com um Iscon de 106 pontos. Tanto os MEI quanto as ME diminuíram a confiança em suas atividades em novembro, com uma redução de seis e sete pontos no Iscon, respectivamente.
Ouça a rádio de Minas