Pequenas empresas pretendem investir neste ano no Estado

O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) divulgou nesta quarta (27), um levantamento que revela que 66% dos empreendedores que estão à frente de negócios de pequeno porte pretendem investir em melhorias ou ampliações neste ano.
Realizada em janeiro, a pesquisa “Expectativas de Investimentos nos Negócios 2022” também aponta que todos os setores mantêm essa expectativa, como é o caso do comércio, construção civil, indústria e serviços, e apenas 21% dos empreendedores afirmam não ter intenção de investir ao longo do ano.
De acordo com a assistente do Sebrae Minas, Izabella Siqueira, ainda que a pesquisa não mapeie as motivações para estes potenciais investimentos, dois fatores culminam para essa intenção, sendo eles a desaceleração da pandemia da Covid-19 e o otimismo sobre o qual os empreendedores começaram o ano. “Os índices atuais da Covid-19 possibilitam o retorno das atividades presenciais. E o que a pesquisa mostra é que os empresários pensavam em investir nos dois primeiros trimestres”, afirmou.
Contudo, a assistente lembra que a confiança dos empresários para investir neste período pode não se manter diante dos reflexos da guerra deflagrada na Ucrânia aumentam os custos logísticos dos negócios, fato que é confirmado, principalmente, pelas variações positivas e constantes dos combustíveis. Izabella Siqueira chama a atenção para o acompanhamento do índice de confiança dos pequenos negócios para que as tendências de investimentos sejam confirmadas.
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Áreas de investimentos
Os dados da pesquisa revelam que as microempresas são as que mais pretendem destinar recursos à ampliação dos negócios ou aprimoramentos. Elas representam 74% das intenções de investimentos, seguidas pelas pequenas empresas, com 65%, e microempreendedores individuais (MEI), que somam 62% dos respondentes. Além disso, as expectativas mais elevadas de investimentos estão no setor industrial (69%), seguido pelo comércio (67%), serviços (65%) e construção civil (63%).
Entre as áreas que mais demandam recursos, segundo os entrevistados, estão aquelas relacionadas ao processo produtivo, as quais são prioritárias para 54% dos respondentes. Comercial e marketing também são itens marcados por 46% daqueles que pretendem investir neste ano. Os empresários citam ainda a necessidade e intenção de investimentos em recursos tecnológicos (25%), estratégia (23%), além da gestão de finanças (20%).
Ainda segundo a assistente do Sebrae Minas, a maior parte dos entrevistados pretende investir em equipamentos. O alerta, para isso, é que as empresas façam estudos e utilizem ferramentas que auxiliem na avaliação do momento para investir. “É necessário entender a saúde financeira da empresa antes das tomadas de decisão, principalmente em relação aos empréstimos, para evitar dívidas”, reforçou Izabella Siqueira, que lembrou, ainda, que o Sebrae Minas disponibiliza um setor exclusivo para estudos de viabilidade econômica.
Senado aprova a ampliação do Pronampe
Brasília – O Senado aprovou, ontem, projeto de lei que estende até o fim de 2024 a aplicação de recursos emergenciais para garantir e alavancar empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
A proposta foi aprovada de maneira simbólica pelos senadores. Como já havia tramitado pela Câmara dos Deputados, segue agora para a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A aprovação acontece na mesma semana em que o governo oficializou o lançamento de um programa de crédito, que previa a renovação do Pronampe.
O Pronampe foi criado em 2020 para apoiar micro e pequenas empresas, afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Inicialmente temporário, o programa tornou-se posteriormente permanente e virou uma das apostas do governo Jair Bolsonaro para estimular a economia.
Bancos passaram a fornecer crédito para micro e pequenas empresas em melhores condições, com taxas de juros mais baixas e exigindo menos garantias e contrapartidas. Isso seria possível pois o governo federal realizou um aporte bilionário -inicialmente de R$ 15 bilhões e que chegou a R$ 62 bilhões – no Fundo Garantidor de Operações (FGO), para cobrir eventuais riscos.
A legislação referente ao programa, no entanto, previa que a concessão dos créditos duraria apenas até o fim do ano passado. Com isso, os recursos do fundo ou que retornam com o pagamento dos empréstimos voltariam para o Tesouro Nacional. O relatório do projeto de lei estima que a inadimplência desses empréstimos ficou em 4,5%
O projeto de lei aprovado prorroga até o fim de 2024 o uso desses recursos.
“E nessa devolução dos pagamentos é que nós estamos aprovando aqui essa lei hoje: é para que esses recursos que vão entrando no FGO não retornem para o Tesouro, que é o que determinava o decreto da pandemia”, afirmou a relatora da proposta, senadora Kátia Abreu (PP-TO), que participou da sessão virtualmente do hospital, onde está internada.
Com isso, os recursos aportados pelo governo por meio de crédito extraordinário -que estão fora dos limites da regra fiscal do teto de gastos- seriam devolvidos só a partir de 2025 para o Tesouro Nacional.
A relatora calcula que R$ 50 bilhões possam ser emprestados nessa nova fase do Pronampe.
Os senadores mantiveram uma alteração promovida pela Câmara, que retomou obrigação das empresas manterem níveis de empregabilidade durante o período de contratação dos empréstimos. Essa obrigação havia sido flexibilizada em 2021, por conta do arrefecimento da pandemia do novo coronavírus, com empresas enfrentando dificuldades financeiras.
“Em 2021, não havia, pela crise muito forte da pandemia, a obrigatoriedade de essas micro e pequenas empresas manterem os empregados, por uma questão de emergência, porque o programa, quando foi criado, foi para manter o emprego, para não deixar, na pandemia, as empresas demitirem pessoas. Mas isso foi motivo de muita restrição. No auge de uma crise, o empresário pegar um dinheiro e ficar a obrigatoriedade de não poder demitir ninguém, é muito pesado. Então, isso foi flexibilizado em 2021”, afirmou a senadora, que se mostrou contrária à medida, mas que acatou a mudança.
“Nós todos queremos manter o emprego no país. Mas não pode ser na marra, à custa do sacrifício das micro e pequenas empresas do País. É a economia brasileira crescente que vai manter o emprego e não a obrigatoriedade em lei”, completou.
A equipe econômica prevê que os novos recursos do Pronampe devem ser operacionalizados em 45 a 60 dias após a sanção. A expectativa do governo é mobilizar outros R$ 50 bilhões com novas operações a serem contratadas até 31 de dezembro de 2024. Empresários com empréstimos ativos, mas com dificuldades para quitar as prestações, também poderão renegociar seus contratos -uma demanda das associações de comércio e serviços.
Outro ponto do texto aprovado prevê a retomada do Programa de Estímulo ao Crédito (PEC), programa que incentiva a concessão de crédito para microempresas ou companhias de pequeno e médio porte. (Folhapress)
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