Pequenas indústrias brasileiras estão menos confiantes

Num cenário em que a confiança no cenário brasileiro tem se mostrado instável, mesmo com a conjuntura econômica apresentando bons números e as empresas resultados igualmente satisfatórios, as indústrias de pequeno porte do País também estão menos confiantes com a economia e com as próprias empresas. É o que aponta o Panorama da Pequena Indústria, pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
No levantamento mais recente, o indicador caiu de 49,7 pontos em junho para 49,3 pontos em julho, confirmando uma oscilação abaixo da linha de 50 pontos desde abril, quando passou do estado de confiança para falta dela.
Por outro lado, ainda que não tenha cruzado a linha dos 50 pontos, as perspectivas para os próximos seis meses são mais favoráveis. Neste caso, o, indicador aumentou de 48,4 pontos para 49,5 pontos em julho e é o maior resultado do ano até o momento.
“A indústria de transformação foi a responsável por essa melhora nas perspectivas, pois espera aumento de demanda, no número de empregados e também têm maior intenção de investir nos próximos meses”, explica a economista da CNI, Paula Verlangeiro.
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Sobre o desempenho das pequenas indústrias, a pesquisa mostrou estabilidade em junho na comparação com maio, permanecendo em 45,3 pontos. Porém, destaca-se a variação entre os setores, uma vez que a indústria extrativa apresentou avanço de 1,3 ponto, a indústria de transformação registrou pequeno aumento de 0,3 ponto – que pode ser considerado estabilidade – e a indústria da construção, queda de 1,8 ponto.
Além disso, o índice de situação financeira das pequenas indústrias aumentou de 40,5 pontos para 41,1 pontos. O indicador é calculado com base na facilidade de acesso ao crédito e na satisfação com a margem de lucro operacional e com a situação financeira.
Conforme a CNI, novamente, a alta do indicador se deu pela indústria de transformação, que registrou alta de 1,1 ponto no trimestre. O resultado se deu, principalmente, pela redução da insatisfação tanto com a margem de lucro operacional quanto com a situação financeira. A dificuldade de acesso ao crédito ainda é alta para todos os setores.
Carga tributária – Sobre os principais problemas enfrentados pelas empresas de pequeno porte, a carga tributária apareceu em primeiro lugar no segundo trimestre. Tanto a indústria de transformação como a construção sinalizaram o entrave.
Outros problemas que compõem o ranking são:
• demanda interna insuficiente;
• taxas de juros elevadas;
• falta ou alto custo de trabalhador qualificado e não qualificado;
• e competição desleal (informalidade, contrabando, pirataria). (Com informações da CNI)
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