Economia

Pequenas indústrias estão insatisfeitas com suas finanças

Apesar dos programas de apoio e incentivo às micro e pequenas empresas, insatisfação com condições financeiras persiste há dez anos
Pequenas indústrias estão insatisfeitas com suas finanças
Foto: Adobe Stock

As pequenas indústrias no Brasil vêm apresentando insatisfação com suas finanças há dez anos. Entre os principais problema mencionados pelo setor, a dificuldade de acesso ao crédito e a elevada carga tributária lideraram os índices de reclamações entre empreendedores na última década.

O levantamento faz parte do Panorama da Pequena Indústria (PPI), uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que avalia o setor a partir de quatro indicadores: Índice de Desempenho, Índice de Situação Financeira, Índice de Perspectivas e o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para a pequena empresa. Além dos principais desafios, o estudo mostra ainda dados sobre o desempenho do setor nos anos anteriores e as expectativas para os próximos meses de 2024.

Segundo a economista da CNI, Paula Verlangeiro, as pequenas indústrias são as mais impactadas com oscilações nas finanças, como a alta taxa de juros, já que possuem menos recursos para lidar com eventuais problemas. “Por esses e outros motivos, os últimos dez anos não foram fáceis para as MPEs industriais e o ‘Panorama’ detalha esse cenário”, pontua.

Situação financeira permanece em baixa

Ao analisar o Índice de Situação Financeira, o levantamento mostra que o ano de 2016 registrou o pior resultado da década, com 29,5 pontos (em uma escala de 0 a 100). Entre altas e baixas, de 2015 a 2019, o segmento sempre se manteve abaixo da média histórica de 38,4 pontos e em 2020 atingiu o maior valor da série com 43,1 pontos.

Um dos motivos para a alta apresentados na pesquisa foi a criação de programas de apoio e incentivo às micro e pequenas empresas que facilitaram o acesso ao crédito durante a pandemia de Covid-19. Apesar da melhora, os números nunca chegaram a um patamar de neutralidade (em torno de 50 pontos).

“Por mais que os programas tenham oferecido um respiro, não foi suficiente para dizer que as pequenas empresas industriais estejam financeiramente bem e recuperadas”, acrescenta a economista.

Confiança do empresário apresenta melhora

Em relação ao Índice de Confiança do Empresário (Icei), responsável por medir as expectativas dos empresários e antecipar tendências, o resultado apresenta uma melhora gradual. Segundo levantamento realizado em janeiro de 2024, o índice marca atualmente 51,2 pontos.

Paula Verlangeiro ressalta que há uma melhora no otimismo e nas perspectivas dos empresários devido à redução da taxa de juros. “Esperamos que essas melhorias ajudem a impulsionar o crescimento das pequenas empresas no futuro. Medidas em prol do ambiente de negócios, que diminuam a burocracia e que proporcionem um acesso melhor ao crédito são essenciais para a competitividade das pequenas empresas“, afirma.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas